Próxima safra de café deve ser menor que a de 2012, diz Conab

Segundo o levantamento, a safra deve ficar abaixo do recorde de 50,83 milhões de sacas colhida no ano passadoO diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, disse nesta segunda, dia 9, que a próxima safra de café deve ficar abaixo do recorde de 50,83 milhões de sacas colhida no ano passado, que foi de bienalidade alta das lavouras. Ele diz que ainda é cedo para arriscar previsões, mas avalia que os preços em queda devem desestimular os investimentos dos cafeicultores nos tratos culturais das lavouras, como uso de fertilizantes.

Segundo Porto, a produção atual estimada pela Conab, de 47,54 milhões de sacas, está ajustada à demanda, pois as previsões são de exportação de 30 milhões de sacas e consumo interno entre 17 e 18 milhões de sacas. Ele diz que estamos praticamente consumindo toda safra deste ano, observando que o mercado faz uma leitura diferente e derruba os preços. Na opinião de Porto, “o mercado é favorável à franca recuperação dos preços”.

O levantamento mostra um estreitamento na diferença entre a produção dos anos de alta e de baixa produtividade dos cafezais. Porto explicou que esse fato se deve a melhorias no manejo das lavouras, como irrigação e adubação, que têm proporcionado a diminuição do estresse fisiológico das plantas.

O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, que responde interinamente pela Secretaria de Produção e Agroenergia, José Gerardo Fontelles, disse que a menor variação das produtividades é estratégica, pois contribui para reduzir a volatilidade do mercado. Ele diz que as ações de apoio à cafeicultura, anunciadas em agosto pelo governo, estavam previstas para abril, mas acabou atrasando por causa da troca de ministro e da demora na aprovação do Orçamento.

Fontelles defendeu um trabalho da Organização Internacional do Café (OIC) junto aos países produtores para aprimorar as estatísticas nos países, a fim de aumentar a transparência das informações e reduzir a especulação. Ele lembrou que os dados de exportação do Brasil são oficiais e que o governo pretende também “mapear a demanda interna”, com levantamento junto às torrefações. 

Agência Estado