Segundo Porto, a produção atual estimada pela Conab, de 47,54 milhões de sacas, está ajustada à demanda, pois as previsões são de exportação de 30 milhões de sacas e consumo interno entre 17 e 18 milhões de sacas. Ele diz que estamos praticamente consumindo toda safra deste ano, observando que o mercado faz uma leitura diferente e derruba os preços. Na opinião de Porto, “o mercado é favorável à franca recuperação dos preços”.
O levantamento mostra um estreitamento na diferença entre a produção dos anos de alta e de baixa produtividade dos cafezais. Porto explicou que esse fato se deve a melhorias no manejo das lavouras, como irrigação e adubação, que têm proporcionado a diminuição do estresse fisiológico das plantas.
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, que responde interinamente pela Secretaria de Produção e Agroenergia, José Gerardo Fontelles, disse que a menor variação das produtividades é estratégica, pois contribui para reduzir a volatilidade do mercado. Ele diz que as ações de apoio à cafeicultura, anunciadas em agosto pelo governo, estavam previstas para abril, mas acabou atrasando por causa da troca de ministro e da demora na aprovação do Orçamento.
Fontelles defendeu um trabalho da Organização Internacional do Café (OIC) junto aos países produtores para aprimorar as estatísticas nos países, a fim de aumentar a transparência das informações e reduzir a especulação. Ele lembrou que os dados de exportação do Brasil são oficiais e que o governo pretende também “mapear a demanda interna”, com levantamento junto às torrefações.