Turbinada pelos recursos estimados em cerca de R$ 16 bilhões do Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011, a produção gaúcha, no entanto, deve encontrar pela frente um cenário diferente do que ajudou a empurrar para cima as projeções.
Na prática, isso significa que é necessário cautela ao fazer estimativas para o futuro. Nessa terça, dia 8, durante a divulgação dos dados, o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, avaliou que a próxima safra dificilmente terá o vigor da atual.
? Não sei se teremos essa generosidade da natureza em 2011. Sabemos que o clima oscila muito e podemos ter um comportamento diferenciado ? destacou, em relação ao panorama nacional, que fecha o ciclo 2009/2010 com a colheita histórica de 146,92 milhões de toneladas.
Consultor da Safras & Mercado, Paulo Molinari concorda. Para ele, além do fator climático, os preços internacionais também podem pesar na balança e já apontam para uma colheita com sinais diferentes no ciclo 2010/2011:
? O resultado de agora foi consolidado por um quadro internacional bom de preços e um clima favorável devido ao El Niño.
Mais cauteloso, o superintendente da Conab no Estado, Carlos Manoel Farias, argumenta que a sinalização sobre as intenções de plantio para a safra de verão só devem aparecer a partir do segundo levantamento realizado pelo órgão ? o primeiro do ciclo 2010/2011 sai em julho.