A quebra na produção americana, provocada pela forte seca que atinge os Estados Unidos, pode fazer da próxima safra do Brasil a mais produtiva da história do país. A situação beneficia mais ainda quem antecipou a compra de insumos, garantindo a cobertura dos custos. Segundo o analista de mercado Glauco Monte, a alta também favorece aqueles que anteciparam a venda da produção.
Há 28 anos na atividade, o produtor rural Claudemir Schwening cultiva aproximadamente cinco mil hectares na região de Rio Verde, interior de Goiás. Considerado um dos maiores produtores da região, ele antecipou a comercialização de 70% da próxima safra. Cada saca de 60kg saiu em média por R$ 47,00. Segundo o produtor, o valor está abaixo do nível atual, mas admite que o lucro foi satisfatório.
De acordo com o analista, os fatores climáticos e econômicos devem ser determinantes para o lucro do produtor, mas salienta que o cenário favorece uma rentabilidade histórica na próxima safra.
A situação também é proveitosa para regiões distantes dos portos, como Mato Grosso. A margem líquida, que na safra passada estava em R$ 1158,00 por hectare, agora deve chegar a R$ 1400,00. No Paraná, a rentabilidade pode saltar de R$ 914,00 para R$ 1900,00 por hectare na safra 2012/2013.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja), Glauber Silveira, afirma que o custo com insumos subiu nos últimos meses e reduziu a margem dos produtores, mas destacou o bom momento do setor.