Momento é de apreensão nas principais áreas produtoras do país, que enfrentam excesso de chuva no Sul e seca no centro-norte do país
Os próximos 15 dias serão fundamentais para a produção de soja no Brasil, a afirmação é do presidente da Câmara Setorial da Soja, Glauber Silveira. Segundo ele, as condições climáticas de Norte a Sul do país preocupam os agricultores brasileiros.
Enquanto no Paraná e Rio Grande do Sul o excesso de umidade é o problema, em Mato Grosso, Goiás e Matopiba [Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia] o cenário é de estiagem.
– As perdas em Mato Grosso já estão muito superiores ao estimado pelo Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), que estimou um milhão de toneladas de quebra. Os técnicos estão a campo e devem constatar uma perda maior. Se perder 10%, o que é muito provável, já são três milhões de toneladas a menos – explica.
O El Niño na safra de soja 2015/2016 tem sido um grande problema para os agricultores. No Centro-Oeste, o plantio atrasou tanto que Mato Grosso e Goiás precisaram estender a janela de plantio para que os sojicultores consigam terminar os trabalhos em campo.
No Sul, a pressão da ferrugem asiática começa a preocupar e a falta de luminosidade já afeta o desenvolvimento das plantas. No Matopiba, os agricultores sequer estão conseguindo começar a plantar em algumas regiões.
– Isso porque não estamos considerando o Maranhão, Piauí, Goiás, os estados do Sul. Tudo vai depender dos próximos 15 dias. Se o cenário continuar igual, as quebras serão bem acentuadas. Nunca tivemos um El Niño com essa proporção em Mato Grosso. No Sul o problema é maior com as doenças, mais aplicações. A produtividade média deve cair bastante – pondera Silveira.
Confira a entrevista de Glauber Silveira ao Mercado & Companhia: