Desenvolvida em parceria com o Sindicato Rural de Campo Grande, a capacitação incluiu aulas teóricas e práticas abordando aspectos da fruticultura, clima, qualidade do solo, variedades da fruta, tratos culturais e poda. No último dia do curso, os alunos realizaram tarefas práticas sobre o cultivo das variedades branca e rosa da uva Niágara.
– Ao contrário das variedades europeias, a Niágara é mais rústica e se adapta facilmente ao clima de Mato Grosso do Sul, com a possibilidade de ser plantada o ano todo – afirma o agrônomo João Moura Guimarães, instrutor do Senar
De acordo com Carlos Alberto Salgueiro da Cunha Rosa, também instrutor do Senar, o principal entrave para o desenvolvimento da viticultura no Estado são os altos custos de implantação do parreiral.
– Para aderir ao cultivo de uva, o produtor rural desembolsa em média R$ 70 mil por hectare. Por mais que o retorno seja positivo, o investimento é alto e a mão de obra especializada é escassa – afirma.
O investimento para o produtor rural sul-mato-grossense que optar pela viticultura inclui a compra de mudas, investimento em adubação, estrutura e mão de obra, que atualmente é procurada em outros Estados.
– Não é o clima que impede o aumento na produção e sim o custo de produção que chega a R$ 8 mil por hectare – reforça Cunha Rosa.
Campo Grande, Jardim, Dourados e Bonito estão entre os principais municípios produtores de uva em Mato Grosso do Sul. Toda produção é comercializada internamente, sendo a maior parte consumida de forma in natura e o restante destinado à produção de vinho colonial, sucos e geleias.