O ano de 2024 tem sido marcado pela alta nos preços do azeite de oliva nos supermercados. No mês de junho, por exemplo, o produto subiu 50% e, desde então, continua em altos patamares.
O pesquisador da Esalq-USP, Carlos Eduardo Vian, ressalta que a redução da safra global por questões climáticas atingiu em cheio os principais produtores, como Espanha, Portugal, Itália Grécia e, também, os do norte da África.
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“Esses países foram afetados por grandes ondas de calor nos últimos anos, o que impactou na produção, que ocasionou uma redução dos estoques mundiais”.
Contudo, de acordo com ele, as expectativas das principais associação de produtores de oliva da União Europeia é de uma boa safra 2024/25.
“Com isso, há uma expectativa de que haja uma redução de preços nos próximos meses. Não vamos voltar, necessariamente, a patamares de preços anteriores, mas deve haver uma redução para o início de 2025 e ao longo do primeiro semestre do ano. Devemos sentir isso nas gôndulas de supermercados aqui no Brasil”
Produção nacional
O presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, diz que não é possível contar com a produção nacional para abater a escassez global do azeite. “Somos insignificantes no contexto global de produção, respondendo por apenas 0,5%, ou 500 mil litros por ano, mas temos grandes possibilidades de crescimento”.
De acorod com ele, para isso acontecer, é preciso aumentar a produção no Rio Grande do Sul e também no Sudeste, mas, também, contar com tempo, organização e parcerias.
“Isso tem acontecido. Posso relatar como exemplo concreto a vinda do Conselho Oleícola Internacional (COI) ao Brasil nas últimas semanas, o que tem nos aproximado muito dos grandes players para, realmente, o Brasil se tornar um grande produtor”.