A luta dos argentinos contra as nuvens de gafanhotos parece não ter fim. Segundo o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar do país (Senasa), além da primeira já praticamente extinta, ainda restam duas no norte da Argentina e agora surge mais um que se aproxima rapidamente.
Os relatórios da entidade apontam que ainda há um pequeno rescaldo da nuvem extinta junto ao Uruguai. “Entretanto, o tempo quente e os fortes ventos devem favorecer deslocamentos das duas nuvens em Formosa, rumo ao Chaco e Salta, enquanto outro grupo de insetos se aproxima pela fronteira com Bolívia e Paraguai”, afirma.
Fim da primeira nuvem
Em Federación, na província argentina de Entre Rios (fronteira com o Uruguai e a cerca de 100 quilômetros da gaúcha Barra do Quaraí), a sexta-feira, 31, foi mais um dia para localizar e eliminar insetos remanescentes da nuvem de gafanhotos extinta no último final de semana.
2ª e 3ª nuvens
Porém, ainda na sexta-feira uma notícia deixou todos mais tensos. No norte argentino, o Senasa divulgou um alerta para as províncias do Chaco e do noroeste do país (principalmente Salta) sobre a provável movimentação, no final de semana, das duas nuvens que estão na província de Formosa.
A expectativa é que o calor previsto para a partir desde sábado, com máximas acima dos 30° C, torne os insetos mais ativos. E o vento soprando para oeste e sudoeste leve os gafanhotos para as províncias vizinhas.
4ª nuvem
Além disso, técnicos do Senasa também estão atentos à possibilidade do ingresso de uma quarta nuvem pelo norte, na região da tríplice fronteira com o Paraguai e a Bolívia. Ela estaria acima da província de Salta e, caso atravessasse a fronteira, seria mais uma nuvem no território argentino desde maio, contado a que foi extinta junto ao Uruguai e Brasil.
A entidade informou em seu Twitter que seus técnicos devem averiguar neste sábado se realmente há mais um nuvem chegando.
Brasil
Apesar do tempo mais quente favorecer o voo dos gafanhotos, a tendência por enquanto é de que eles não rumem para o Brasil. Isso porque a previsão até a próxima semana é de que o vento no norte argentino siga soprando para oeste. Ao mesmo tempo em que os insetos remanescentes da nuvem na fronteira Argentina Uruguai não oferecem mais risco ao país.
No entanto, por parte do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), no Rio Grande do Sul segue a prontidão dos pelo menos 70 aviões colocados à disposição nas áreas de fronteira do Estado, para o caso de necessidade de se combater alguma nuvem.
O estado de alerta se iniciou em junho, quando a nuvem eliminada há cerca de uma semana em Entre Rios circulou por cerca de um mês na província de Corrientes, na área da fronteira argentina com o território gaúcho. Situação que motivou o Ministério da Agricultura brasileiro a decretar emergência fitossanitária pelo prazo de um ano e estabelecer um protocolo de emergência para o controle dos insetos.
Tendo na sequência o governo gaúcho estabelecido o plano de contingência contra a praga – prevendo o uso da aviação agrícola. Preparativos que seguem valendo para os próximos meses.