Quebra da safra 2015/2016 gera prejuízo de R$ 16 bilhões

Os problemas climáticos que afetaram o país em 2015/2016, foram a principal razão para a quebra da safra de milho e soja

Daniel Popov, de São Paulo
A produção brasileira de grãos da safra 2015/2016 registrou uma queda de 10,3% se comparada à safra anterior confirmou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seu relatório de fechamento da temporada. Analistas de mercado acreditam que o prejuízo só para os produtores de soja e milho pode superar a casa dos R$ 16 bilhões.

A safra de soja ficou em 95,4 milhões de toneladas, 0,8% menor que o ano anterior. No milho a quebra foi muito maior, devido aos grandes problemas climáticos enfrentados nesta safra, com isso o Brasil colheu 66,9 milhões de toneladas, 20% a menos que as 84,6 milhões de toneladas da safra 2014/2015.

Para o consultor de mercado e presidente da Câmara Temática do, Seguro e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ivan Wedekin, essa quebra afetará a compra dos insumos da safra 2016/2017, principalmente a de milho. “Esta quebra afeta essa próxima safra com certeza, já que as perdas dos plantadores de soja e milho podem superar os R$ 16 bilhões, comprometendo o financiamento do plantio”, garante ele.

Entretanto o executivo ressalta que o produtor não deve reduzir as suas áreas, já que as vendas brasileiras da oleaginosa tem um mercado cativo na Ásia. “Nos próximos dois anos as nossas exportações de soja vão crescer pelo menos 9 milhões de toneladas, que é exatamente o mesmo montante que a China deve ampliar em suas compras, ou seja nosso excedente vai todo pra lá”, conta ele. “Além disso, as cotações da soja seguirão boas e o produtor não irá ficar de fora disso.“

Segundo Wedekin os preços da soja no mercado interno seguirão firmes, pois o Brasil exportou todo seu excedente e essa falta de produto ajudou a manter as cotações acima dos valores registrados no mercado internacional. “Já no mercado de Chicago a expectativa é que os preços sigam mais baixos. Não a US$ 8 o bushel, como alguns consultores tem relatado, mas entre US$ 9,5 e US$ 10,5 o bushel”, finalizou ele.