Mais um boletim, mais uma revisão para baixo e, agora, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a safra de soja do Brasil será de 113,4 milhões de toneladas. Se assim fechar a produção, o país colherá 4,9% a menos que a safra anterior (119,2 milhões de toneladas), o pior resultado desde a temporada 2015/2016.
No relatório de fevereiro a entidade previa que o país conseguiria colher algo em torno de 115,3 milhões de toneladas.
Exceto a região Norte do país, que ainda pode colher uma safra 0,8% maior chegando a 5,9 milhões de toneladas, todas as outras irão computar quebras. A mais grave, sem dúvida, acontecerá no Nordeste com recuo de 13,7% na produção, passando de 11,8 milhões de toneladas para os atuais 10,2 milhões de toneladas.
Maiores quebras
Esse resultado é puxado pela Bahia, que deve fechar com uma produção 21,1% menor, de 6,3 milhões de toneladas em 2018, para 4,9 milhões de toneladas neste ano. Apesar de ser o pior resultado entre os estados produtores, a estimativa mantém os mesmos 21,1% do levantamento de fevereiro. Entretanto a quebra pode aumentar já que o estado enfrenta um período prolongado de estiagens.
A segunda maior quebra deve acontecer no Paraná, com quase 16%. No ano passado o estado colheu 19,1 milhões de toneladas e este ano não deve conseguir nem 16,2 milhões. lembrando que esta quebra foi influenciada por excesso de chuvas no início da safra e seca no período de enchimento de grãos.
O Mato Grosso do Sul, que também teve muitos problemas com o clima, deve registrar a terceira maior quebra de safra do país, com 13,2%. Assim o estado deve colher 8,3 milhões de toneladas, ante as 9,6 milhões da safra anterior.
Produções em alta
Se por um lado grandes estados produtores de soja contabilizam quebras, outros preveem incrementos. Não ao ponto de superarem as quebras, mas pelo menos minimizam o prejuízo. Os melhores resultados vem justamente de estados com pouca tradição e áreas de soja.
O Amapá, por exemplo, deve colher 67,6% a mais que a safra anterior, mas totalizando apenas 5,7 mil de toneladas. O Acre é outro que produzirá 93,3% a mais, chegando a 2,9 mil toneladas. O Rio Grande do Sul é o único grande estado que deve registrar elevação na produção, chegando a 18,6 milhões de toneladas (9% a mais).
Balança desfavorável
Dos 22 estados acompanhados pela Conab, apenas 6 devem ter aumento na produção, dois estados produzirão o mesmo que no ano passado e 14 terão quebra de safra. Se somar o que os 6 estados produzirão a mais, o resultado é de 1.724,4 milhão de toneladas, montante bem inferior a quebra individual do Paraná (que colherá 3 milhões de toneladas a menos).