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Agricultores explicam que a sensação é de dois veranicos seguidos, com precipitação de menos de 100 milímetros no intervalo.
– Choveu no dia 24 de janeiro, 20 milímetros. É quase nada! Já vinha uma estiagem de 15 dias, essa chuva não conseguiu recuperar o solo – afirma um produtor rural.
O resultado está nas folhas secas e no grão, que atingiu apenas um terço do tamanho. Nos 1,4 mil hectares que plantou, Jacó Rotta calcula 15% de perda na soja precoce e 45% na tardia. Se chover nos próximos dias, o prejuízo já é certo.
– Não se recupera. A perda já está calculada. A estimativa era de 60, 65 sacas e, agora, está em 30,35 sacas por hectare.
Fernando Rosbach é gerente de uma fazenda em que a variedade plantada é de alta produtividade. Com a escassez da chuva, a colheita, que começa em abril, terá resultados bem inferiores ao esperado.
– O grão não cresce, não tem água para alimentar a planta. A planta fica estressada e não consegue se alimentar e formar grão.
No município de Cabeceiras, 40% dos 55 mil hectares de soja foram perdidos. Em algumas lavouras, a quebra é ainda maior. Na fazenda de Eduardo Baron, por exemplo, a perda chega a 70%. De cada hectare que deveria produzir 60 sacas, não serão colhidas mais de quinze.
– Se a produção for de 15 sacas, com custo de R$ 1.800 só de insumos, o prejuízo será de R$ 1 mil por hectare – diz Baron.
Ele calcula que metade dos 480 hectares da soja esteja comprometida.
– Não temos o que fazer, só esperar a chuva.
Segundo ele, mesmo que chova, não há como recuperar as lavouras, apenas a possibilidade de gerar mais produtividade nas plantas que não secaram.