A maioria dos cafezais da região está com os ramos secos e sem frutos. As perspectivas dos produtores para a próxima safra não são nada positivas. Estima-se que haja quebra de 20% em relação à colheita de 2009/2010.
Pedro Scanavachi é cafeicultor há 70 anos, tem experiência suficiente para concluir que a próxima safra vai render menos. Da propriedade, ele já colheu 15 mil sacas de café. Para 2011, ele não espera colher nem sete mil.
? Do ano passado para este ano eu vou colher 20% a menos. Meu menos não é tão diferente porque já deu pouco o ano passado. Eu tive na safra de 2010 queda de 25% do que era para dar. Muito menos, dá prejuízo, o custo é incalculável ? diz Scanavachi.
A seca que atingiu a região gerou danos estes em dezenas de propriedades. Como o ano já era de safra menor, por causa da bianualidade, o problema ficou maior. Celso é engenheiro agronômo. Por semana, presta consultoria em mais de 10 fazendas. As condições dos cafezais, segundo ele, estão muito semelhantes.
? Na maioria dos produtores, a gente tem visto que vai ter uma queda grande de produção. Já teve o ano passado. Era ano de alta e teve quebra de 20 a 30%. Esse ano a gente esperava uma safra menor, mas vai ser menos do que se esperava ? avalia o engenheiro agrônomo Celso Scanavachi.
Com rendimentos abaixo da estimativa, a esperança do produtor está nos preços. Segundo o gerente da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Pinhal (Coopinhal), Daniel Gozoli, uma das maiores do grão do Brasil, o valor a ser pago pela saca deve garantir melhor renda ao cafeicultor.
? Devido à única florada, o produtor terá café de qualidade e tendo venda e pagamento de café a termo para garantir preços bons. E no mercado à vista já está sendo bem remunerado. O produtor vai ganhar por causa dos preços ? conclui Gozoli.