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Quebra na safra da maçã chega a 20% na serra de Santa Catarina

Apesar do aumento da área plantada, cidade de São Joaquim produzirá 17 mil toneladas a menosComeçou e vai até abril a colheita de maçã na serra de Santa Catarina. Afetada pelo clima, a safra 2010-2011 deve ter preços mais altos para o consumidor final.

Três fatores farão com que a colheita dos 1,95 mil produtores da região de São Joaquim ? que inclui as cidades de Urupema, Urubici, Bom Retiro, Bom Jardim da Serra e Rio Rufino ? seja de 387 mil toneladas. O volume é 20% menor do que a estimativa inicial de 423,5 mil toneladas.

Em outubro, na passagem da fase da floração para a formação dos frutos, temperaturas de até -5ºC e geada forte dizimaram muitos pomares. Nesta etapa, as maçãs não suportam mais do que -2ºC porque contêm muita água, o que torna fatal a combinação de gelo seguido do sol forte.

Em Urupema, onde 2 mil dos 2,5 mil moradores (80% da população) estão envolvidos com a produção de maçã, as perdas nos pomares passaram de 70%, e a prefeitura chegou a decretar situação de emergência. A última vez que a geada comprometeu a produção foi há seis anos.

O segundo fator foi o granizo, que veio depois da geada e destruiu muito do que havia sobrevivido ao frio fora de época. Por fim, veio a alternância da variedade Fuji, que ocorre quando o pomar dá muitos frutos em uma safra e, na seguinte, com a planta enfraquecida, produz bem menos.

Em São Joaquim, onde 1,39 mil fruticultores dedicam-se à atividade, a estimativa da colheita caiu de 270 mil para 223 mil toneladas. Em volume, a safra 2010-2011 ficará abaixo da anterior (240 mil toneladas), apesar de a área plantada ter subido de 6,9 mil para 7,7 mil hectares.

A produção estadual também deve diminuir. Com a perda de quase metade dos pomares das regiões de Caçador e Fraiburgo, no Meio-Oeste, provocada pelo granizo, Santa Catarina, maior produtor nacional, não deve colher mais do que 520 mil toneladas de maçã, contra uma previsão de 650 mil toneladas.

Chuvas de janeiro já trazem preocupação

A quebra da safra e a consequente menor oferta fizeram subir os preços. Em 2010, os produtores receberam menos de R$ 0,50 por quilo. Neste início de colheita, as variedades Gala e Fuji, que respondem por 94% da produção de SC, são vendidas por até R$ 1,30 o quilo, alta de 160%. A tendência é que o preço normalize e fique entre R$ 0,70 e R$ 0,80.

Se o ano passado foi ruim, 2011 não parece muito promissor no momento. Segundo o agrônomo Názaro Vieira Lima, da Epagri de São Joaquim, as fortes chuvas de janeiro podem favorecer o surgimento, nos pomares, da Mancha da Gala, um fungo facilmente adaptável à umidade e ao ar abafado, que amarela e derruba as folhas das macieiras. Afetadas pela doença, as frutas perdem açúcar, cor e tamanho e podem apodrecer.

Lima ressalta que o fungo pode ser combatido, mas, como a quantidade de chuva é muito grande, os resultados são ineficientes.

Outra situação preocupante é o sumiço das abelhas. Com o prolongamento do inverno do ano passado, elas começaram a morrer e não se reproduziram mais.

Para polinização da próxima safra, a quantidade de abelhas ainda é suficiente, explica o agrônomo da Epagri. Mas o problema pode se agravar a partir de 2012, a exemplo do que já ocorre com a produção de mel.

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