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Quebra na safra passada obriga empresas gaúchas a buscar soja fora do Rio Grande do Sul

Companhias de rações, óleos e biodiesel estão comprando matéria-prima em outros EstadosPara conseguir dar conta da produção, empresas gaúchas de rações, óleos e biodiesel estão recorrendo a outros Estados para a compra da soja. Só de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul serão pelo menos 400 mil toneladas de grão e de farelo entre dezembro de 2012 e março deste ano, segundo dados da União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio).

A medida, pouco habitual, se tornou necessária devido à quebra de 43% na safra passada. Neste momento, o grão é adquirido principalmente de Estados onde a colheita já começou. Apesar da falta de matéria-prima e da alta no custo de produção, os preços dos derivados de soja devem se manter estáveis, garantem representantes da indústria.

– A compra vem ajudando a salvaguardar as cadeias de carnes, especialmente aves e suínos – observa Irineu Boff, vice-presidente da Ubrabio.

Guilherme Weschenfelder, diretor comercial da Olfar, indústria de óleo vegetal e biodiesel de Erechim, explica que a empresa importou até 30% do volume utilizado em novembro e dezembro, mas ainda assim precisou reduzir a capacidade de processamento de 1,5 mil toneladas de soja para 900 toneladas por dia. E reforçou as compras: entre janeiro e fevereiro, 40 mil toneladas de soja estão sendo adquiridas de Mato Grosso.

– O faturamento deve cair em 40% e o custo industrial ficará até 15% mais alto em virtude da produção menor – explica Weschenfelder.

Quem conseguiu comprar dentro do Estado, como a fábrica de rações da Cotrijal, na região norte, está pagando mais caro. A indústria consome 250 toneladas por mês e conseguiu manter seu estoque a partir das propriedades associadas à cooperativa. Com bom preço e pagamento garantido, os agricultores preferiram negociar com a Cotrijal a vender antecipadamente.

– Pagávamos R$ 900 a tonelada em maio do ano passado e hoje estamos comprando por R$ 1,1 mil – afirma o coordenador-geral da fábrica de rações, Alexandre Billig.

A Camera, com sede em Santa Rosa, processa 5 mil toneladas por dia de soja e também precisou buscar grão no Centro-Oeste. Serão 140 mil toneladas entre janeiro e fevereiro.

– Quem perde é o Estado, no ICMS do produto. Por outro lado, a produção interna se mantém e os insumos comercializados também – afirma Júnior Rosa de Almeida, gerente de operações.

Falta de chuva poderá comprometer resultado

Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS), Ireneu Orth, além da quebra na safra passada, a venda antecipada da produção – impulsionada pela alta cotação da soja – contribuiu para a menor oferta.

Mas a previsão de uma safra recorde de 12,19 milhões de toneladas de soja para o ciclo atual não é garantia de que o produto não voltará a faltar. Sem chuva há mais de 15 dias, algumas regiões já começam a temer novos prejuízos.

– Não temos soja garantida, precisamos de mais chuva – diz Orth.

Por enquanto, a compra de soja de fora não deve mexer com o preço de produtos como carne e leite.

– Se as indústrias reduzirem a oferta, ou se subir o preço da soja, teremos de repassar o custo para o produto final. Mas, salvo mudança climática repentina, o preço está estável e não deve haver repercussão para o produtor – avalia José Eduardo Santos, diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura.

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