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Quebra na safra de soja da China pode favorecer o Brasil

Produção no país tem redução de 10% em função da estiagem prolongadaA estiagem prolongada na China durante o verão ocasionou uma quebra de 10% na safra da soja 2012/2013. O Ministério da Agricultura do país informou que a quebra deve ser de um milhão de toneladas. A produção total deve ficar em 9,8 milhões de toneladas. Com isso, as importações e os preços do produto podem ficar ainda maiores no mercado internacional, favorecendo países fornecedores do grão, como o Brasil.

O analista de mercado Bruno Perottoni vê na questão uma possibilidade de aumento das importações do Brasil.

– Acreditamos que essa redução se refletirá na demanda. Não é uma quantidade muito expressiva [a quebra na safra chinesa], mas já temos um cenário muito apertado para a soja. Essa não é uma notícia que vai causar uma explosão no mercado de soja. Ajudou, sustentou um pouco as altas dos últimos dois dias, é um fator altista – afirmou.

Já o operador no mercado de soja Nelson Montanha acredita que o volume é muito baixo para que haja reflexo no mercado. A China importa em torno de 60 milhões de toneladas anuais, o que torna essa quebra pequena.

– Não é uma cifra muito expressiva para o mercado e ela já estava computada até pelo próprio governo americano. Esse número já estava dentro das estatísticas. Pensando em termos de preço, a quebra não deve causar um grande efeito nesse movimento. Se não houver nenhum efeito climático na própria cultura da soja, ou em outras culturas como trigo ou milho, o mercado já tenderia a operar nos preços de agora, talvez até um pouco mais baixo.

O que é consenso no mercado é que qualquer outro problema de safra, em países que são fortes fornecedores, é motivo de nova alta, visto que os estoques mundiais estão baixos e a demanda externa deve continuar aquecida.

– A relação de estoques e consumo é a mais baixa desde 64 e 65, e a safra americana de agora foi muito prejudicada. A gente tem uma incerteza quanto a safra sul-americana. Temos boas estimativas, mas acho que esse fator da China só vem agregar demanda para a nossa safra – acrescenta Perottoni.

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