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Quebra de safra de soja mantém preço estável

Nos negócios para a entrega da soja na próxima temporada os valores fixados estão entre 3% e 4% mais altos, em dólar, do que em janeiroA quebra da safra de soja tem contribuído para manter as cotações domésticas perto da estabilidade neste momento de colheita, em que os preços geralmente cedem. Já nos negócios para a entrega da soja na próxima temporada os valores fixados estão entre 3% e 4% mais altos, em dólar, do que em janeiro, de acordo com a Agrosecurity. Essas fixações de preços são feitas com base nas cotações do mercado futuro de Chicago, que sobem desde dezembro.

Daniele Siqueira, da AgRural  (consultoria que também deve reduzir sua estimativa da safra brasileira para menos de 70 milhões de toneladas) destaca que em Goiás já foram fechados negócios a US$ 23 para 2012/13.

– Conseguir fechar negócios para o ano que vem neste patamar é muito bom, porque os produtores conseguem cobrir seus custos e ainda ter um retorno bem considerável – disse.

Ela lembra que, a cada ano, a comercialização antecipada vem começando mais cedo, obrigando a consultoria a antecipar seus relatórios sobre essas vendas.

– No ano passado começamos a compilar os dados em maio, e neste ano talvez tenhamos que começar a fazer antes. Mas não dá para saber ainda se isso é uma nova tendência. Talvez se os preços internacionais não estivessem tão bons isso não aconteceria. Mas com certeza é uma característica do mercado no momento – disse Daniele.

Fundos
No mercado internacional, os temores e as incertezas sobre a safra do Brasil vêm dando sustentação aos preços desde dezembro, quando começou o período de estiagem. Na Bolsa de Chicago (CBOT), a média das cotações relativas ao primeiro vencimento, o março, foi de US$ 11,4896 por bushel em dezembro, passou para US$ 12,0994 em janeiro e já chegou a US$ 12,3285 neste mês. Segundo Prince, da Agrosecurity, as cotações podem romper a marca de US$ 13 em breve.

– Em relação ao valor de hoje, os preços ainda podem subir 3% a 4% até abril – disse ele.

Diante desse cenário, fundos e swap dealers elevaram substancialmente seu saldo comprado na CBOT. Segundo Daniele, da AgRural, em 6 de dezembro a posição era de 15,1 milhões de toneladas, a menor desde março de 2009, depois de ter chegado a 40,1 milhões de t em 30 de agosto. Na sexta-feira passada (10) o relatório da CFTC indicava que o volume havia se recuperado para 25 milhões de toneladas.

– De agosto para dezembro houve uma superliquidação. Como estavam vendidos voltaram a comprar em seguida, e com certeza a expectativa de produção menor na América do Sul fez com que os fundos jogassem suas fichas na soja – disse.

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