O agricultor Lauro Ridel plantou 60 hectares de milho na última safra. Ele colheu quase sete mil sacas, mas pelo menos 20% ainda esperam por um preço melhor para comercialização.
? Eu acho que hoje o milho deveria valer em torno R$ 20,00 o saco para poder vender. Eu tenho ainda um tanto pra vender e se eu não ganhar isso, vou esperar. Não vou vender ? afirma.
Até agora ele só havia conseguido R$ 16,00 pela saca, o que era suficiente para cobrir os custos de produção. Como Lauro Ridel, milhares de produtores adiaram a venda do milho. De acordo com o analista de mercado Carlos Cogo, os produtores de milho vão ser beneficiados pela quebra na safra de trigo na Europa, que quase dobrou o preço pago pelo cereal.
? Hoje, um terço do trigo mundial é usado para rações. Foram justamente nessas áreas que tivemos quebra no trigo. Assim, terão que usar milho agora. Isso elevou os preços internacionais do milho. Elevou o preço também no porto brasileiro, para em torno de R$ 19 por saca de 60 quilos. Os leilões de PEP vão permitir que se escoe para o Exterior até o final do ano em torno de oito milhões de toneladas. Isso, evidentemente, vai diminuir os estoques de passagem e já para o ano que vem também a gente vai ter um fator altista para preço que é a condição climática ? explica.
A mudança de rumo para o próximo semestre pode fazer com que muitos produtores revejam a ideia de diminuir a área plantada com milho para a próxima safra.