Para Uhlenbrock, que participa do 21º Seminário Anual da Organização Internacional de Açúcar (OIA), em Londres, é inevitável que a indústria global de açúcar se torne mais concentrada. O aumento dos custos de produção deve forçar uma busca por fontes alternativas de receita e elevar o número de fusões e aquisições, acrescentou.
Neste mês, a Organização Internacional do Açúcar (OIA) elevou sua projeção para o excedente global de açúcar em 2012/2013 em 300 mil de toneladas, para 6,2 milhões de toneladas. Isso indica que os preços do produto tendem a permanecer pressionados pelo menos até o fim do atual ano safra.
Ele afirmou ainda que a taxa de câmbio do Brasil, o maior produtor mundial de açúcar, está tornando as empresas brasileiras mais atraentes para o capital estrangeiro. O real está 37% abaixo do pico atingido em 2011 em relação ao dólar e perto do menor nível desde 2009. Assim, a tendência de consolidação deve continuar no país, acrescentou, pois a indústria ainda é muito fragmentada e uma reestruturação propriamente dita ainda não começou.
Uhlenbrock também avalia que o açúcar ainda é visto como uma commodity agrícola, apesar de ser um produto processado. Essa visão, diz ele, faz com que os produtores de açúcar sejam apoiados por governos de todo o mundo. Assim, as companhias precisam de se adaptar à estrutura regulatória de cada país, ao mesmo tempo em que não há certeza de que os investidores estrangeiros serão bem-vindos. Joint ventures são uma estratégia popular para companhias lidarem com esse tipo de problema, disse o economista.