A venda de defensivos está abaixo do normal para esta época do ano. Com a alta no preço das commodities e as incertezas com o clima, o produtor está adiando a decisão de investimento. No primeiro semestre deste ano, 36% dos defensivos previstos para esta safra foram entregues. Os 64% restantes ficaram para a segunda metade do ano. O resultado é um pouco abaixo da media dos últimos 10 anos, que costuma concentrar 38% das entregas no primeiro semestre.
A Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) garante que a indecisão dos agricultores não deve prejudicar os números do setor:
? A expectativa da indústria é que o ano vai terminar com aumento nas entregas de defensivos num patamar próximo a 4% ? afirma o diretor-executivo da Andef, Eduardo Daher.
A tendência é otimista também para a industria de fertilizantes. De janeiro a agosto de 2010, foi registrado aumento de 2,4% nas entregas de fertilizantes na comparação com 2009. De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), em 2010 as estimativas de entregas de fertilizantes podem ser 5,4% superior ao último ano, conforme divulgado por empresa do setor em seu relatório semestral.
O diretor executivo da Anda, David Roquetti Filho, admite que a queda na cotação do dólar, em tese, poderia reduzir os preços do fertilizante, mas sem muita vantagem ao produtor. Segundo ele, é necessário avaliar o impacto desta redução no preço do produto final, além do que os preços dos fertilizantes são determinados pelo mercado internacional. Roquetti Filho observa que o quarto lugar no ranking mundial de consumo de fertilizantes que o Brasil ocupa representa apenas 5,6% do consumo mundial, aliado a 2,5% de representatividade na produção mundial, sendo que o país importa em torno de 70% de seu consumo interno. Ele reitera a importância do produtor rural ficar atento à relação de troca futura e, pelo fato de não ter uma bolsa como a das commodities agrícolas, os fertilizantes sofrem oscilações de preços depois das commodities.