Queda da produção agropecuária chega a 100% em alguns municípios do Semiárido da Bahia

Segundo o Senar-BA, a agricultura e a pecuária do Estado estão sendo devastadasA Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) aponta, em pesquisa realizada nos municípios da região do Semiárido, que a agricultura e a pecuária estão sendo devastadas. As produções vêm acumulando enormes prejuízos com a seca no Estado, considerada a pior estiagem dos últimos 50 anos.

Na região de Irecê, outrora grande produtora de feijão no Nordeste, as perdas na agricultura chegam a 100%. O mesmo ocorre em Araci, onde o milho teve queda de 100%, a mandioca de 80% e o sisal de 60%. Em outras cidades do Semiárido baiano, as lavouras de feijão, milho, mandioca e mamona também zeraram o seu plantio. No município de Barra do Choça, as perdas chegaram a mais de 70% de sua lavoura. 

– Tais índices comprometem drasticamente a geração e manutenção de empregos no meio rural, com estimativa de perda de 15 mil postos de trabalho, principalmente pela baixa produtividade na cafeicultura – ressalta Israel Viana, presidente do Sindicato Rural de Barra do Choça.

Em Itaberaba, o abacaxi, que é a principal cultura da região, apresentou uma perda de produção de aproximadamente 60%.

Leite
A pecuária leiteira também vem sofrendo gravemente com a seca e os municípios de Baixa Grande, Iaçú, Ipirá e Seabra tiverem uma queda de mais de 90% na produção. Em Conceição do Coité, a queda média do leite foi de 80%. As cidades de Mairi, Miguel Calmon, Araci e Barra do Choça, perderam mais de 70% da produção.

Em Itaberaba e Senhor do Bonfim, a produção leiteira caiu em 60%. Em Irecê, os laticínios passam por uma situação tão grave que estão reidratando leite em pó do Rio Grande do Sul para a venda do produto líquido.

Rebanho dizimado
O problema também atinge os animais e estima-se que o rebanho bovino, caprino e ovino no semiárido diminuiu em mais de 60%, devido às mortes de animais e à venda por preços irrisórios. Em Juazeiro, a mortandade chega a mais de 30%. Na região sisaleira e bacia do Jacuípe, estima-se que esse número esteja em torno de 40% do rebanho.

– Lamentavelmente não há perspectiva de reversão deste quadro no curto ou médio prazo, pois os prejuízos, até agora, correspondem à produção de três ou quatro anos normais. Para muitos de nós só restam a terra e as dívidas – lamenta o produtor e presidente do Sindicato de Ipirá, José Caetano Ricci.

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