O preço da banana subiu mais de 300% em um ano no Vale do Ribeira, em São Paulo. O motivo é a queda da produção. O clima prejudicou a cultura e fez a produtividade e a produção caírem pela metade.
Com seis milhões de pés, o produto é a principal atividade econômica do município paulista de Miracatu. Para o diretor do Departamento de Agricultura da cidade, Carlos Reitz de Castro, o frio fez estragos que vão afetar diretamente a economia local.
“Quarenta e cinco mil toneladas de banana se perderam com o efeito do frio, engasgamento de cachos e má formação. Isto vai repercutir na economia local, afetar o comércio e empregos. Produtores estão parando e entrando de férias porque não tem produção paras colher”, afirma.
As perdas têm entristecido os produtores. Márcio Paixão contabiliza perdas de safra de banana-prata e nanica. A produção caiu de 3 mil para 900 caixas por semana, em consequência do clima desfavorável.
“Excesso de frio e falta de Sol em abril deram uma seca muito grande, em torno de uns 40 dias. O bananal amarelou todo. Depois, veio a chuva no mês de maio e junho, fazendo frio. Em julho, caiu a geada e queimou o bananal todo”, diz.
Com a queda de produção, os preços se multiplciaram. A caixa de 20 kg entregue em São Paulo era vendida a R$ 10 até dezembro de 2015. Agora, o valor varia de R$ 40 a R$ 50. Os produtores estão com dificuldades para cumprir os contratos pela perda da produção.
“O Vale do Ribeira hoje é um controlador de preço. Como faltou banana na região, o pessoal começou a buscar no Nordeste. A banana da região subiu de preço e hoje está acabando também, assim como a nossa. E o preço continua estável e alto”, conta Márcio Paixão.
O clima ideal para o cultivo da banana é com calor e umidade, que é o que não tem faltado na região. Como o clima está mais frio do que o esperado para esta época do ano, os produtores acreditam que ainda levará tempo para que a situação seja normalizada.
“A desestruturação do produtor que passou por uma fase de preço baixo. Então, ele não pode reinvestir e sofreu todos esses efeitos aí do clima”, diz Calos Reitz de Castro.