O relatório de oferta e demanda do USDA não surpreendeu o mercado. Os analistas já esperavam uma queda na produção do milho e da soja, que foi prejudicada pelo excesso de chuvas no meio-oeste americano, principal região produtora do país. Os ajustes divulgados pelo órgão não mudam o cenário de preços das commodities nos próximos meses.
? Mesmo com esses ajustes que o USDA promoveu nesta quarta, não muda o contexto de médio e longo prazo. A questão aí é doméstica, é interna. Então, a princípio, o relatório tem um impacto positivo, por trazer de repente a possibilidade de recuperação do preço ? afirma o analista de mercado, Flávio França Júnior.
Um dos destaques do relatório divulgado foi o aumento dos estoques finais de milho. Os Estados Unidos devem exportar menos. O aumento das vendas de países como Ucrânia e Argentina devem pressionar o mercado. Mesmo assim a situação não é confortável.
Todos os dados reforçam a tendência de alta para os preços da soja e do milho, mas, segundo analistas, o mercado tem que contar com outro fator: o tamanho das safras da América do Sul. No Brasil por exemplo a expectativa é de aumento na área plantada das duas culturas.
Para o Brasil, o USDA manteve a expectativa de produção de soja em 73,5 milhões de toneladas em relação ao relatório anterior. O estoque final foi elevado para 19,49 milhões de toneladas. Para o milho a expectativa foi mantida. A produção deve chegar a 61 milhões toneladas e o estoque final a 11 milhões de toneladas.
? A visão pra 2012 permanece positiva. Estamos percebendo também a tendência de um aumento de área de milho, ele vai aumentar a área no verão de milho, vai aumentar a área de soja. Está plantando bem, investindo bem. Tomara que o clima ajude para ele ter um ano de 2012 nos moldes positivos como ele está tendo agora em 2011 ? complementa o analista.