Responsável por 60% da produção brasileira de cana, o Estado de São Paulo colheu, em 2009, 347 milhões de toneladas. Depois da crise que durou dois anos, o setor volta a apresentar bons números e animar os produtores. O momento coincide com uma mudança importante na fase final da produção. A tradicional queimada da palha está sendo substituída pela colheita da cana crua. Pelo protocolo agro-ambiental assinado em 2007, as usinas, que respondem por 70% da produção, devem eliminar a queima até 2014. Os pequenos e médios agricultores têm até 2017.
? O produtor apresenta um plano e precisa da autorização do Estado para a queimada ? explica Ricardo Viegas.
Há um acordo também para a safra 2010/2011, limitando a queimada conforme o tamanho e o declive da área.
As queimadas só podem acontecer das 20h da noite até as 6h da manhã. Porém, se a umidade relativa do ar estiver inferior a 20%, até neste período a prática é proibida.
O produtor rural Paulo Feliz dos Santos, de Cosmópolis (SP), planta cana-de-açúcar desde 1963 e sempre queimou a palha. Ele vai enfrentar dificuldades para mecanizar a colheita, mas sabe que o investimento é necessário e mais rentável do que o corte manual da planta crua.
? Vou precisar da ajuda das usinas. Até o ano que vem, 50% já será mecanizado. Vale mais a pena mecanizar que colher crua manualmente ? afirma Santos.
Os ganhos são nas áreas econômica e ambiental, e podem ser alcançados até antes do tempo previsto.
? O Brasil está na vanguarda na suspensão da queimada e deve parar com a prática até antes de 2014 ? diz o diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues.