? Não posso prever se o dólar sobe ou desce, mas não acredito nessa possibilidade, disse o ministro, minutos antes de participar de um painel sobre Desafios Governamentais para Garantir Renda à Agricultura, na Bienal dos Negócios da Agricultura.
Stephanes ressaltou que previsões de especialistas apontam o dólar a R$ 1,70/1,80 para o ano que vem, mas o que tem se observado nos últimos dois anos é que há um sentido contrário entre a variação do dólar e a variação do preço da soja.
? Quando o dólar cai, a soja sobe e vice-versa, ou seja, a soja tem um valor próprio. Eu acredito que o mundo continuará com uma demanda muito forte em relação à soja. O que nós temos que fazer e já estamos fazendo, é avaliar o aumento da produção de soja no mundo ? observou.
Stephanes foi categórico na questão preço.
? Não quero fazer preço porque todos que fazem isso quebram a cara. Apenas quero dizer que a lógica não nos indica que não teremos uma demanda forte em relação à soja, já que os únicos países produtores e exportadores são Estados Unidos, Brasil e Argentina ? disse o ministro.
Na sua opinião, merece atenção, e isso deve ser observado nos próximos 30 a 60 dias, é se vamos ter uma diminuição na área de milho ou não e uma compensação em relação à soja.
Nesta quinta, dia 20, durante o painel que discutiu Mercado de Commodities Pós-Crise Mundial, na Bienal, analistas do Brasil, Estados Unidos e Argentina, traçaram um cenário de preços baixos para a soja na temporada 2009/10.
De acordo com Darin Newson, consultor da DTN/The Progresive Farmer, a soja poderá sofrer queda dramática, podendo chegar a US$ 6 o bushel (27,3 kg), enquanto o milho está sujeito a até US$ 2 e o algodão a US$ 0,47/0,51 por libra-peso.
De acordo com o consultor americano, tudo vai depender da economia global, mas o setor está diante de variáveis que devem consideradas. A safra americana tende a ser cheia, já que o clima até agora se mostra favorável, a Argentina sinaliza com possibilidade de retomada da produção, depois de uma queda acentuada de safra em função da seca, e os estoques asiáticos são altos, o que pode pressionar preços para baixo.
A previsão de incremento de área na Argentina foi sustentada pelo consultor Pablo Adreani, da AgriPAC, também palestrante no mesmo painel. Adreani previu que os produtores argentinos elevarão a área plantada em torno de 1,5 milhão de hectares, com a produção argentina podendo chegar a 55 milhões de toneladas.