– Não acredito em aumento de preço da soja, mas o milho pode subir um pouco e afetará preço de carnes e derivados de leite. Pode haver pequeno reajuste de preços nos produtos, mas quem vai perder com a seca é o produtor rural; o consumidor terá poucos reflexos – afirmou.
Rodrigues avaliou que os impactos da seca à principal cultura brasileira serão menores, graças às chuvas regulares em Mato Grosso, maior estado produtor do grão. Em partes de Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, a estiagem prejudicou as lavouras, mas as chuvas foram suficientes para outras áreas desses Estados.
– No Oeste da Bahia, região de Luiz Eduardo Magalhães, a chuva está péssima pelo terceiro ano seguido – disse.
A maior preocupação para o ex-ministro da Agricultura são as culturas semi-perenes de cana-de-açúcar, laranja e café, cujas maiores regiões produtoras – São Paulo e Minas Gerais – sofrem com uma estiagem generalizada há quase três meses.
– Eu diria que 10% da produção de cana certamente vai quebrar e tem planta que sequer será colhida nessa safra porque não conseguirá se desenvolver. Café e laranja podem ter problemas, mas são produtos com preços tão ruins nos últimos anos que a alta pode dar certa compensação ao produtor. No entanto, o preço melhor virá com produção menor – completou.
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