Depois de dias de discussão e vários adiamentos, o Código Florestal foi votado e aprovado pelos deputados. Todo este debate teve um vencedor, pelo menos para Roberto Rodrigues.
? Quem venceu foi a democracia. O ponto central para compreender é esse: 410 votos contra 64 e uma vitória esmagadora da sociedade brasileira representada pelos seus deputados federais. Então não tem o que discutir. Não tem 400 deputados da bancada ruralista, não tem nem 10% disso. A sociedade que venceu democraticamente. O ponto central é uma vitória da democracia e, portanto, do país. Agora, aprovada a lei e sancionada pela presidente, acaba o vazio de insegurança jurídica. Temos lei, portanto temos segurança ? disse Roberto.
Além das mudanças internas, o novo Código Florestal vai ter ampla repercussão no cenário internacional. É o que afirma o presidente do Centro de Conhecimento em Agronegócios da Universidade de São Paulo (USP), Decio Zylbersztajn.
? O que acho muito importante é para fora do país, a visão que temos que passar para o resto do mundo. O Brasil tem sido alvo de grandes críticas e o país acaba tendo um estereótipo no cenário internacional que hoje não merecemos. Uma vez aprovado o Código Florestal, é fundamental que o Brasil utilize isso nos fóruns internacionais como uma bandeira mostrando que hoje o país está muito bem na fotografia internacional, temos que mostrar isso para o resto do mundo ? afirmou Decio.
Você está satisfeito com o texto aprovado pela Câmara dos Deputados?
O projeto do Código Florestal deve chegar ao Senado na próxima semana. O cientista político Rafael Cortez avalia que a votação não deve ser muito diferente do que já ocorreu na Câmara dos Deputados.
? Do ponto de vista do processo legislativo o projeto segue para o Senado, onde vão ser selecionados relatores que vão dar um parecer nas diferentes comissões até a votação no Plenário. Salvo alguma mudança de item de extraordinário, deve seguir alguns meses com a possibilidade de o governo pedir urgência e aí tornando ainda mais rápida, mas certamente, dada a gravidade da questão, não vai ser tranquila a votação também no Senado ? observou Rafael.