Quer ganhar até US$ 5 a mais por saca de soja?

Este é o valor médio adicional pago pela soja convencional em Mato Grosso. Expectativa é chegar até 2019 com 25% da área total do estado semeada com esta variedade

Ampliar o mercado para a soja convencional de Mato Grosso e garantir ganhos financeiros para quem optar por esse tipo de cultivo é o objetivo de entidades do setor. Meta é alcançar 25% da área plantada com esta variedade até 2019. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso em parceria com a Embrapa realizaram, na última quinta feira, em Cuiabá (MT), o lançamento do programa “Soja Livre Safra 2016/2017” com intuito de estimular a produção de soja convencional no estado. “A soja livre vem para agregar valor e também para diminuir os custos de produção”, garante o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa.

Para se ter uma ideia, uma das grandes vantagens de usar variedades não modificadas geneticamente é o preço recebido pela saca de soja de 60 quilos. “Muitos produtores recebem prêmios de dois, três, até cinco dólares por saca. Isso é um diferencial muito grande dentro da propriedade”, ressalta o diretor-técnico da Aprosoja Mato Grosso, Nery Ribas.

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Este valor do prêmio pago pela soja convencional também foi um dos assuntos discutidos entre os agricultores durante o evento. Para eles, a forma de pagamento atual atrapalha o planejamento da safra. “Poderia ter um mercado que fixasse o prêmio com antecedência. Porque se o produtor já tem isso definido, sabendo o quanto vai ganhar pela soja não transgênica, pode fazer a conta e apostar mais nisso”, comenta o produtor Ricardo Arioli.

Mato Grosso é o maior estado produtor de soja do mundo, com uma área de 9,3 milhões de hectares e uma produção estimada em 29 milhões de toneladas na safra 2016/2017. Deste total, aproximadamente 10% corresponde a soja convencional e a meta do setor é chegar a 2019 com 25% da área total cultivada com esta variedade. “Este programa lançado em 2010 serve para estimular este crescimento, que será bom para o país e para os produtores”, garante Marcos da Rosa.

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Entretanto, o diretor da trading chinesa Hopeful, Lin Tan, salienta que apesar da grande demanda do país por soja convencional a logística ainda é um empecilho para que o negócio entre os países deslanche de vez. “O porto de Paranaguá e o de Santos que são os principais do Brasil não estão preparados para segregar essa soja e isso é um problema. A solução era mandar por contêiner, mas o custo do frete não torna o negócio competitivo”, relata o representante chinês.

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