Este é o montante que o governo se comprometeu a investir para recuperar 664 quilômetros de estradas ruins ou péssimas. Agetop diz que precisaria de pelo menos R$ 1 bilhão
Daniel Popov, de São Paulo
Falar que alguns estados do Centro-Oeste sofrem com a infraestrutura precária de suas rodovias é uma rotina para boa parte das associações ligadas ao agronegócio. Em Goiás não é diferente, e segundo levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 1.816 quilômetros rodovias do estado estão ruins ou em péssimas condições, ou seja, 27% de todas as estradas de lá.
Em outra pesquisa na CNT, duas estradas goianas apareceram na lista das dez piores do país, a GO-174 e a BR-158 no trecho de Jataí. Esta situação tem elevado bastante os custos com transporte para os produtores rurais e isso acendeu um sinal de alerta entre Sindicatos Rurais, Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).
Fórum Soja Brasil – Safra 2016/2017
Com base em demandas levantadas junto a produtores estas entidades entregaram um documento à Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop) solicitando reparos, reconstrução, pavimentação, duplicação em trechos de 28 rodovias estaduais, incluindo a GO-174. Veja o documento na integra:
O setor produtivo foi representado pelo presidente da Aprosoja-GO e vice-presidente da Faeg, Bartolomeu Braz Pereira, o vice-presidente institucional da Faeg, Eduardo Veras, e o assessor técnico da Faeg, Alexandro Alves. “A situação de algumas rodovias é tão precária que se não fizer obras rapidamente, vamos perder soja, granjas de aviários, por falta de acesso para escoamento”, explica Braz.
O levantamento da CNT coloca algumas rodovias como destaques negativos, caso da GO-184com 65 quilômetros de extensão e da GO-302, com 49 quilômetros, avaliadas como em péssimas condições gerais.
Depois de receber o ofício detalhando os problemas e com imagens o presidente da Agetop, Jayme Rincón, reconheceu a necessidade de obras. “Em alguns casos não tem mais o que fazer, mas precisamos de R$ 1 bilhão para fazer tudo isso”, explica Rincón.
Em contrapartida, garantiu que o governo estadual autorizou R$ 365 milhões para restaurar, ainda este ano, 664 quilômetros de rodovias já definidas pela agência. Um segundo lote pode receber obras, caso haja liberação de mais R$ 400 milhões garantiu o presidente da Agetop às entidades rurais.
Por sua vez, o presidente da Aprosoja Goiás reiterou que as entidades manterão a vigilância nestas rodovias e cobrarão as reformas apontadas. “Pelo que a gente viu, o Estado está em crise ainda, então o produtor vai continuar enfrentando dificuldades”, lamentou.
Rodovias com demanda de restauração e recursos liberados para 2017, segundo a Agetop
– GO-060 (111,5 km – Iporá/São Luís dos Montes Belos/Firminópolis)
– GO-080 (22,8 km – Goiânia/Nerópolis)
– GO-139 (31,2 km – Caldas Novas/Mazargão)
– GO-139 (23 km – Corumbaíba/Divisa GO-MG)
– GO-164 (41 km – São Miguel/Divisa TO)
– GO-164 (38,9 km – Sanclerlândia/Entr. GO-070)
– GO-174 (15,4 km – Contorno de Rio Verde)
– GO-174 (40,8 km – Montividiu/Anel Viário de Rio Verde)
– GO-178 e GO-206 (85,8 km – Itajá/ Itarumã/Caçu/Entr. BR-364)
– GO-184 (64 km – Aporé/Itumirim)
– GO-213 (57,3 km – Ipameri/Caldas Novas)
– GO-215 (25 km – Entr. BR-153/Piracanjuba)
– GO-302 (0,8 km – Itajá p/ Aporé/Entr. GO-178)
– GO-330 (15,7 km – Ipameri/Catalão)