O mercado de café, tanto interno quanto externo, tem sido impactado por especulações em relação à safra 2024 do Brasil, variações cambiais e o comportamento climático. Guilherme Morya, analista de mercado do Rabobank, participou do quadro “Commodities em Foco”, analisando a volatilidade e as tendências dessa commodity vital para o país.
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Volatilidade nos preços
A entrevista destacou a notável volatilidade nos preços do café, com variações de até R$ 2 por saca, oscilando entre R$ 950 a R$ 1.150. Morya atribuiu essa instabilidade a diversos fatores, incluindo especulações sobre o tamanho da safra, variações cambiais e mudanças nas condições climáticas.
Análise do mercado internacional
Ele explicou que tanto o café arábica quanto o robusta têm experimentado volatilidade. O mercado de robusta em Londres segue uma tendência altista, enquanto o arábica tem enfrentado quedas nos últimos dias. Fatores como a oferta de Honduras, conflitos no Mar Vermelho afetando o transporte e a recuperação da produção argentina foram citados como influências significativas.
Desafios na oferta de café
A incerteza sobre a oferta do Brasil, combinada com desafios na produção internacional, tem contribuído para a volatilidade. A análise incluiu a observação de que, apesar do Brasil possuir potencial para uma safra maior do que no ano anterior, a oferta de robusta tem sido sustentada pela situação do conflito no Mar Vermelho, afetando o fluxo de café entre Ásia e Europa.
Expansão do mercado chinês
Morya destacou o crescimento significativo das exportações brasileiras para a China nos últimos anos. O aumento do consumo de café na China, incluindo a abertura de cafeterias, tem proporcionado ao Brasil a oportunidade de posicionar seu café em um mercado em expansão.
Rentabilidade para os produtores
Ao discutir a rentabilidade para os produtores, o especialista ressaltou a importância do momento atual. Enquanto os preços do café permanecem em patamares interessantes, os custos dos insumos, principalmente fertilizantes, estão em baixa histórica. Ele aconselhou os produtores a aproveitarem esse cenário favorável.
Relação de troca atraente para os produtores
Moria enfatizou que a relação de troca entre sacas de café e toneladas de fertilizantes está muito atrativa para os produtores, sendo um dos pontos mais favoráveis para a cafeicultura nos últimos anos. Ele encorajou os produtores a aproveitarem esse momento e a considerarem estratégias para garantir a rentabilidade.