O porte é pequeno ou médio, a ossatura leve, os cascos resistentes e o pêlo preto ou vermelho. A raça se adapta bem à criação em confinamento, possui ótima produção de leite e sua carne é reconhecida mundialmente pelo sabor e suculência.
Impressionado com tantas qualidades o criador José Geraldo Galvão resolveu investir. Na Feicorte do ano passado comprou três embriões, e agora os bezerros irão participar das provas de julgamento. Para conseguir um bom resultado nas pistas, o gado recebe tratamento especial.
? Para ter uma carne macia a gente faz massagem, dá cerveja, dá saquê ? conta Galvão.
Com tantos mimos não poderia ser diferente: além de ser a mais nobre, a carne do wagyu é também a mais cara do mundo. No Japão, o preço médio do quilo custa o equivalente a R$ 1 mil. No Brasil, o produto é hoje a vedete dos restaurantes de alta gastronomia. O prato chega a custar R$ 200.
? Muitos clientes comiam a carne no Japão e perguntavam quando íamos começar a servir. Começamos vendendo 100 quilos por mês e hoje vendemos 500 quilos ? comemora o empresário Belarmino Iglesias Filho.
Quem já teve a oportunidade de experimentar, garante que a carne tem um sabor especial.
? Paguei num contra-filé um bife de 100 a 200 gramas, US$ 20. O sabor é maravilhoso ? garante o criador Maurício Inoue.
São as finas camadas de gordura entre as fibras da carne que fazem a diferença. Elas definem a maciez e a suculência do produto. Para a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu, a entrada da carne japonesa no mercado brasileiro contribui para melhoria da carne nacional.
? É uma forma de contribuir para a melhoria da carne brasileira. Vende o boi gordo dessa raça por cinco vezes a mais do que o gado normal ? diz o superintendente de registro da associação, Rogério Satoru Uenishi.