Com o custo de energia mais alto e uma projeção climática de chuva abaixo da média nos próximos meses, a exemplo do que já tivemos no último verão, a atenção dos produtores se volta para os possíveis prejuízos que o cenário pode trazer para o agronegócio. Para o diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Eduardo Daher, o momento é poupar esses recursos naturais.
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“As pessoas geralmente não lembram, mas a água tem a ver com energia e 60% dela é gerada por hidrelétrica. Com os reservatórios mais baixos, a conta de luz fica mais cara. Temos que começar a usar racionalmente a água tanto na agricultura, como no meio urbano”, alerta Daher.
Ainda segundo Daher, o desperdício de água nesse momento ainda traz impactos para a economia. “Se pensarmos que grande parte do milho e da soja é utilizado em ração animal e os gastos estão subindo, o desperdício pode gerar mais inflação, por mais incrível que possa parecer”, diz.
Ao mesmo tempo que reduz o nível dos reservatórios, a escassez de chuva ainda reflete no desempenho das lavouras. O governo já sinalizou que pode promover mudanças na agricultura irrigada para conter os gastos com energia elétrica.
“Essa é uma das nossas preocupações. Mas o Brasil tem um nível de área irrigada bem abaixo das médias mundiais, onde apenas 12% da nossa área plantada é irrigada”, comenta o dirigente da Abag.