Raízen deve oficializar união entre Shell e Cosan nos próximos dias

Produção de açúcar da empresa deverá atingir 4,4 milhões de toneladasA Raízen, joint venture entre Shell e Cosan, deve oficializar a união entre as duas empresas nos próximos dias.

? Já estamos assinando os documentos finais para o início das atividades oficiais da Raízen ? afirmou o vice-presidente de etanol, açúcar e bioenergia da Raízen, Pedro Mizutani.

O executivo disse que na safra 2011/12 a produção de açúcar da Raízen deverá atingir 4,4 milhões de toneladas, crescimento de 12,8% em relação à produção de 3,9 milhões de toneladas da safra anterior. Já a produção de etanol deverá crescer de dois bilhões para 2,2 bilhões de litros, expansão de 10%. Segundo Mizutani, o mix de produção da atual safra deve continuar estável, em 55% voltado para açúcar e 45% para etanol. 

O vice-presidente ressalta que a Raízen está concentrando os investimentos neste momento para elevar sua capacidade instalada de produção nas 24 usinas de atuais de 62 milhões de toneladas para 70 milhões de toneladas. Esse aumento de cana disponível deve consumir investimentos anuais de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos.

? Apenas na renovação dos canaviais a produção aumenta 10% ? disse ele.

Neste sentido, o processamento da Usina da Barra vai aumentar de 6,7 milhões de toneladas para 7,5 milhões de toneladas. Já a moagem da Usina Ipaussu vai passar de dois milhões para três milhões de toneladas. Esta expansão está atrelada aos investimentos em cogeração que estão sendo realizados nestas usinas.

A expectativa é de a Raízen chegar a 100 milhões de toneladas em cinco anos. O executivo afirma que os 30 milhões de toneladas restantes de capacidade instalada para se atingir as 100 milhões esperadas deverão vir de um mix de aquisições e de greenfields.

A oferta limitada de cana está levando a empresa a estimar a moagem da safra 2011/12 em 58,1 milhões de toneladas, abaixo de sua capacidade instalada, mas 7% acima da moagem do período anterior.
 
Novos investimentos

Mizutani lembrou, porém, que os atuais preços do açúcar no mercado internacional, embora remuneradores, não incentivam a realização de novos investimentos. Na bolsa de futuros de Nova York, o preço do açúcar está entre 22 e 23 cents por libra. Segundo ele, o custo de produção do setor brasileiro, considerando o atual câmbio, está entre 18 e 20 cents por libra.

? Para incentivar novos investimentos em greenfields, o preço tem que subir para 26 cents por libra ? afirmou.

O executivo conta que a Raízen já possui quatro greenfields com orçamento aprovado e com licenças ambientais obtidas, um em Prata, em Minas Gerais, Montevidéu e Paraúna, em Goiás, e Naviraí, em Mato Grosso do Sul.

Segundo ele, para investir em greenfields é preciso um planejamento de longo prazo, já que a nova unidade apenas atinge sua maturidade operacional depois de sete anos. Embora os terrenos já estejam comprados, o início da construção destes greenfields não ocorrerá no curto prazo.

? Veja o que aconteceu em 2008, quando muitas empresas com pouca capacidade de produção investiram em greenfields. As usinas não estavam totalmente operacionais e não havia um fluxo de recursos suficiente para cobrir os investimentos e muitas empresas tradicionais acabaram trocando de mãos ? disse.