A interpretação aparente do mercado é que precisa haver uma mudança na Presidência do Brasil para mudar a política econômica. Diante disso, os investidores tentam se antecipar aos dados que vão ser divulgados pela pesquisa Ibope amanhã, dia 22, e no domingo, dia 25, pelo Vox Populi.
No mercado de ações, os investidores têm acionado movimento firme de vendas a cada sinal de recuperação ou estabilidade nos votos para a presidente Dilma. Já no mercado de câmbio, o impacto da especulação sobre pesquisa eleitoral tem sido menor do que no Ibovespa, por causa do controle do Banco Central na moeda.
Para o economista e diretor executivo da NGO corretora, Sidnei Nehme, a interferência das especulações eleitorais é menos aparente, mas existe.
– O câmbio é o sensor maior do que o conjunto de tudo. Ele só não está representando isso (especulações eleitorais) porque está sendo conduzido rigorosamente pela interferência do Banco Central – afirma.
Nehme aponta tendência de alta para o dólar daqui para frente.
– A taxa vai subir gradualmente. Há recuo dos fluxos para o Brasil e, naturalmente, há reflexos para alta da moeda. A menos que a presidente Dilma assuma um compromisso irreversível de política econômica. Precisa haver menos intervenção do Estado na economia, reformas e objetivos mais claros e medidas mais horizontais do que verticais – conclui.
O gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Batistel, confirma que o mercado tem reagido às especulações eleitorais.
– As especulações afetam, sim. O que temos sentido é que qualquer pesquisa que indica que a Dilma está perdendo faz com que o estrangeiro sinta mais confiança. Teoricamente, viria mais dinheiro para o Brasil – pontua. Sobre o câmbio, Batistel afirma que o Banco Central deve seguir com as atuações.
– Por enquanto até definir o cenário eleitoral, o governo vai continuar segurando o câmbio. Isso porque a inflação está batendo no teto da meta – analisa.
FLUXO CAMBIAL
O Banco Central divulgou nesta quarta, dia 21, o fluxo cambial, que está negativo em US$1,358 bilhão (até 06/05). As operações financeiras respondem por uma saída líquida de US$ 452 milhões, diferença entre entradas de US$ 25,456 bilhões e saídas de US$ 25,90bilhões.
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