Receita cambial com exportação de café cai 24% na safra 2012/2013

Rendimento caiu de US$ 7,848 bilhões para US$ 5,967 bilhõesO levantamento do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), divulgado nesta segunda, dia 8, indica que o volume de café exportado pelo Brasil na safra 2012/2013 aumentou 2,5% em relação ao período anterior. O país embarcou 30,54 milhões de sacas de 60 quilos, em comparação com 29,80 milhões de sacas no período anterior.

Em termos de receita cambial, no entanto, houve queda de 24%, de US$ 7,848 bilhões para US$ 5,967 bilhões, em razão da queda nos preços. O diretor geral do Cecafé, Guilherme Braga, informou por meio de comunicado que o desempenho da safra 2012/2013 foi positivo, apesar de seu início ter apresentado um ritmo lento de comercialização do grão, por causa das chuvas e das greves ocorridas, que atrasaram a chegada do produto no mercado durante os primeiros meses.

Conforme Braga, a partir de outubro de 2012, houve uma recuperação na velocidade de entrada do café para ser negociado e, consequentemente, no volume exportado, que chegou aos níveis esperados para o período. Braga estima que no ano-safra 2013/2014 o Brasil pode exportar algo em torno de 32,5 milhões de sacas.

O relatório aponta ainda que, de janeiro a junho de 2013, a Europa foi o principal mercado importador, responsável pela compra de 53% total embarcado do produto brasileiro. A América do Norte adquiriu 23% do total de sacas exportadas, a Ásia, 18%, e a América do Sul, 3%.

Junho

Em junho, o volume de café exportado teve aumento de 18,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, fechando em 2,260 milhões de sacas. A receita cambial no mês passado apresentou queda de 9%, ante o mesmo mês em 2012, alcançando US$ 376,619 milhões. O preço médio de exportação foi de US$ 166,66 a saca, nível mais baixo desde julho de 201, US$ 160,10 a saca.

Segundo dados do Cecafé, no primeiro semestre de 2013, 85,6% do café exportado foi da variedade arábica, 10,7% de solúvel, 3,7% de robusta e 0,1% de torrado e moído. Durante este período, os cafés diferenciados (arábica e conilon) tiveram participação de 15,5% nas exportações em termos de volume e de 19,1% na receita cambial.

O relatório mostra, ainda, que de janeiro a junho de 2013, a Europa foi o principal mercado importador, responsável pela compra de 53% do total embarcado do produto brasileiro. A América do Norte adquiriu 23%, a Ásia, 18% e a América do Sul, 3%.

O analista de mercado Eduardo Carvalhães afirma que, apesar dos produtores estarem insatisfeitos com os preços, as exportações brasileiras estão atraindo um mercado cada vez maior.

– Fechamos em junho o ano safra 2012/2013 com um belíssimo desempenho, acima dos 30 milhões de sacas. É o terceiro maior volume exportado da longa história de exportação do café. E neste ano em que estamos entrando na safra, a partir de julho, esperamos um desempenho muito melhor do Brasil. Estamos colhendo uma boa safra, vamos ver a qualidade, porque choveu bastante, mas nós devemos exportar mais do que exportamos até julho. Esperamos que fique acima dos 31 milhões de sacas nesse ano safra.

Preço internacional do café cai a menor nível desde setembro de 2009

Os preços internacionais do café caíram acentuadamente em junho, para os níveis mais baixos desde setembro de 2009. É o que informa a Organização Internacional do Café (OIC), em seu relatório mensal. O valor composto da OIC, em junho, recuou para 117,58 cents por libra-peso. O resultado é 7,4% inferior ao mês anterior (126,96 cents).

De acordo com a entidade, os fundamentos do mercado, combinados com incertezas sobre as perspectivas macroeconômicas, derrubaram as cotações do grão. A OIC informa que o mercado permanece bem abastecido com café, com as exportações totais para os primeiros oito meses do ano cafeeiro 2012/2013, alcançando 75,7 milhões de sacas, em comparação com 72 milhões no mesmo período anterior, aumento de 5,2%. Além disso, os preços das commodities, em geral, declinaram ao longo do mês passado, principalmente por causa de notícias econômicas negativas da China e dos Estados Unidos.

Segundo a OIC, dada a evolução dos preços atuais, diminui a cada vez o incentivo de agricultores para investir em suas lavouras. A aplicação de insumos, como fertilizantes e mão de obra, provavelmente será reduzida. A OIC alerta que isso poderá ter um impacto negativo nos volumes de produção e de qualidade dos grãos nos próximos anos, resultando no aumento da volatilidade dos preços e uma cadeia de valor agrícola menos sustentável.

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