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Até a segunda quinzena do mês de junho as usinas da região Centro-Sul produziram quase 36 milhões de toneladas do produto, o menor valor registrado desde 2007. A situação ruim reflete em toda a cadeia produtiva do setor, como aponta o presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise), Antonio Eduardo Tonielo Filho. Segundo dados do Ceise, a receita das empresas diminuiu 50% nos últimos quatro anos, e foram feitas cerca de 50 mil demissões no setor.
A solução encontrada por algumas empresas é diversificar a produção e atender mercados externos, para amenizar os efeitos da crise. Das 700 indústrias de base localizadas em Sertãozinho, apenas 5% não dependem do mercado sucroenergético, cenário que deve mudar nos próximos anos.
– Nós estamos fazendo parceria com uma empresa para qualificar mecânicos, caldeireiros, eletricistas. Isso já é uma caminho. Quando você muda o segmento, precisa mudar toda a mão de obra e também ter novas tecnologias, isso custa caro, e demora – aponta Tonielo Filho.
Além das indústrias de base, o comércio também sofre com a crise no setor sucroenergético. Um levantamento da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio de Sertãozinho mostra que o setor teve queda de 2,5% e mais de 220 demissões nos últimos 12 meses.
– O próximo governo deverá tomar medidas compensatórias, mas essas medidas têm uma inércia, nós não teremos resultados de imediato. Temos a consciência de que teremos que exercitar a paciência – diz o secretário Carlos Roberto Liboni.