Mas, segundo ele, a alta competitividade do produtor americano, alavancada pelos preços remuneradores das commodities, deve compensar os cortes.
– Há 20 ou 30 anos, com os preços baixos de milho e soja, essa política era necessária para o produtor americano; agora não precisa mais – avaliou Cullers.
Cullers cultiva cinco mil hectares de milho, 800 hectares de soja, planta outros vegetais, como batata, e cria frangos em sua propriedade, na minúscula cidade de Purdy, com apenas 1,5 mil habitantes, no Estado de Missouri. No milho, mantém o atual recorde de 382 sacas/hectare (ha) e tem uma produtividade média de 291 sacas/ha. Já na soja, a produtividade máxima foi de 173 sacas/ha e a média obtida atinge 112 sacas/ha.
– Há 15 anos eu planto mais milho porque na minha região o produto é mais escasso e recebo um prêmio sobre os contratos da Bolsa de Chicago – explicou Cullers. Segundo ele, essa deve ser a tendência da maioria dos produtores norte-americanos na próxima safra, diante do cenário de preços melhores para a commodity este ano.
De modo geral, Cullers avalia que os preços de grãos devem seguir estáveis este ano, diante da restrição na oferta após a seca na Argentina e no Sul do Brasil.
– Mas essa avaliação ainda depende de como será o comportamento da crise da Europa – afirmou o produtor.
Cullers afirmou, ainda, que o crescente incremento de tecnologia nas sementes e no cultivo do milho brasileiro deve fazer com que a produtividade da cultura possa se equiparar à dos produtores norte-americanos.
– Isso já aconteceu com a soja; o milho brasileiro estava 10 anos atrás do americano em tecnologia e acho que em dois ou três anos elas (as tecnologias dos dois países) serão parecidas – disse.
O produtor esteve nessa terça, dia 17, em um evento de lançamento de um fertilizante, que leva sua assinatura, para produtores de cana-de-açúcar, produzido pela Origem Química, em Cravinhos (SP). Garantiu que 95% da formulação é feita com produtos brasileiros e os 5% restantes são do “segredo pessoal” trazido dos Estados Unidos. Previu, mas não garantiu, um aumento de produtividade com o uso do produto de ao menos 20% na cultura a qual o Brasil é o maior produtor mundial.