A recuperação do valor do milho, que estava sendo vendido abaixo do preço mínimo no primeiro semestre de 2010, contribuiu para a melhoria no cenário. O produtor, que recebia em janeiro do ano passado R$ 14,58 por saca de 60 quilos, recebeu na primeira semana deste ano R$ 20,02 pelo produto, com lucro de 37%.
O valor da soja, das carnes bovina e suína, do leite e derivados e também do feijão teve recuperação considerada importante pelos agricultores, com ressalva para o leite e derivados, cujos preços melhoraram em plena safra, o que é uma situação inédita. A soja, que era vendida no início do ano passado, a R$ 37,16 a saca, está saindo agora por R$ 44,93.
A alta nos preços é considerada mais importantes até mesmo que a recuperação da produção de grãos do estado, que chegou a ser de quase 33 milhões de toneladas, fazendo com que o Paraná voltasse ao primeiro lugar do ranking nacional. O Estado teve participação de 21,6%, seguido por Mato Grosso, com 19,3%, e pelo Rio Grande do Sul, com 16,9%, no total de grãos colhidos no país, que ficou em 149,5 milhões de toneladas.
De acordo com o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, as boas condições climáticas também foram determinantes.
? Esses números representam o avanço da produtividade que tem se observado nos últimos 15 anos na agricultura paranaense, respondendo à inovação tecnológica empregada no processo produtivo ? disse Ortigara à Agência Brasil.
Para ele, os números traduzem a capacidade do agricultor paranaense de se preparar, aplicar os seus conhecimentos e produzir com qualidade e com alta produtividade.
O secretário observou que o Paraná sempre foi o principal Estado agrícola do Brasil na produção de grãos, “apesar de sua estrutura fundiária ser de pequena propriedade, com baixa escala de produção, diferentemente do Centro-oeste brasileiro, de Mato Grosso, por exemplo, onde existem grandes cultivos, grandes extensões que viabilizam um custo mais baixo de máquina agrícola”.
O Paraná também se destacou, no último ano, nas exportações do agronegócio. O Estado passou do quarto para o segundo lugar no ranking nacional, com um uma receita de US$ 9,1 bilhões, referentes ao volume exportado no período janeiro a novembro de 2010.