Os dados oficiais divulgados pelo Ministério da Agricultura mostram que as liberações de crédito do Programa ABC pelo BB nos primeiros cinco meses desta safra atingiram R$ 1,085 bilhão, valor 18 vezes superior aos R$ 60 milhões liberados de julho a novembro do ano passado.
O programa deslanchou no BB, mas em outras instituições financeiras continua patinando, pois do montante de R$ 1,9 bilhão de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) programados para esta safra foram liberados apenas R$ 146,7 milhões (7,7%) de julho a novembro. O total de recursos liberados, que atingiu R$ 1,231 bilhão, corresponde a 36,2% dos R$ 3,4 bilhões destinados pelo governo ao Programa ABC.
O gerente executivo da diretoria de Agronegócios do BB, Frederico Piauilino, explica que o bom desempenho do Programa ABC na instituição se deve às campanhas feitas pelo interior para divulgar a linha de crédito, por meio de seminários promovidos por entidades de classe e participação nas principais feiras agropecuárias em todo país. Piauilino lembra que no início foi necessário investir na chamada “curva do aprendizado”, pois tanto produtores rurais, como técnicos do banco e profissionais das empresas de planejamento não entendiam a filosofia do programa e nem como funcionava a linha de crédito, que exige a elaboração de projetos específicos que têm maturação de longo prazo.
Piauilino afirma que a soma das aplicações pelo Banco do Brasil em financiamentos do Programa ABC na safra passada e na atual pelo Banco do Brasil atingiu R$ 2,56 bilhões, por meio de 7.018 operações contratadas até meados de dezembro deste ano. O valor médio das aplicações é de R$ 365 mil. Na distribuição geográfica, São Paulo lidera com 26,1% dos recursos, seguido de Minas Gerais (15,4%), Paraná (12,3%), Rio Grande do Sul (10,2%) e Goiás (9,5%). A atividade mais financiada é recuperação de pastagens (29,4%), seguida da recuperação de áreas degradadas (23,7%), aquisição de animais (19,6%), florestas (16,2%) e benfeitorias (6,4%).