O ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho participou da solenidade e destacou a importância de se levar técnicas até o produtor.
— Com a tecnologia aplicada, o país terá muito mais produtividade. Sabemos que quem for um grande produtor de alimentos vai mudar o mundo, e esse não pode deixar de ser o Brasil — afirmou o ministro.
Pelo acordo, em cinco anos serão aplicados R$ 2,5 milhões em ações de financiamento, desenvolvimento, controle e avaliação de desempenho, programas, projetos e atividades ligadas à iLPF. Entre os parceiros atuais dessa alternativa produtiva para o agropecuarista brasileiro, estão grandes empresas como Banco do Brasil, Bunge, John Deere, Cocamar e Syngenta.
Segundo o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, o programa reúne diferentes atividades em uma mesma área e é um dos destaques da estatal que, na sua estimativa, pode acabar levando a mais uma “revolução verde”.
– Sem derrubar nem um pé de árvore, a gente tem capacidade para, no mínimo, duplicar a produção de grãos e carne do país – disse Arraes.
Segundo Paulo Hermann, diretor comercial da John Deere para a América Latina, ainda existe um distância considerável entre o que é desenvolvido na Embrapa e seu uso no campo.
– Queremos ajudar nessa transferência de tecnologia da Embrapa para o produtor – afirmou.
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é um dos pilares do Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC). O sistema busca alternar pastagem com agricultura e floresta em uma mesma área para recuperar o solo, incrementar a renda e gerar empregos. O sistema pode ser adotado por produtores rurais de todo país, independente do tamanho de sua propriedade.
ABC
Sem muita divulgação e com pouquíssimos técnicos treinados para fazer projetos na área, o programa praticamente não teve recursos liberados no ciclo 2010/2011 e somente agora começa a engatinhar.
Segundo o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Dias, as instituições financeiras ainda estão recebendo poucos projetos em relação aos recursos que têm disponíveis para liberar dentro do programa.
– É preciso investir na capacitação de pessoas para fazer esses projetos – destacou.
Dias ressaltou a importância do investimento do setor privado na área e deu o exemplo do Estado do Paraná, o mais avançado na implementação do ABC, onde cooperativas investiram no treinamento de técnicos para produção dos projetos.
O diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Ives Füber, informou que, desde o início da safra 2011/2012, em 1º de julho, foram liberados, até agora, R$ 70 milhões em 222 operações de crédito. Outras 140 operações já foram aprovadas e terão cerca de R$ 60 milhões liberados nos próximos dias. Mais 510 operações, segundo Füber, estão com seus projetos em análise e, se aprovadas, terão até R$ 250 milhões em recursos.
Até o momento, portanto, são R$ 380 milhões entre projetos aprovados e em fase de análise pelo Banco do Brasil. A capacidade de empréstimo, no entanto, é bem maior, chegando a R$ 850 milhões. De acordo com Füber, os projetos mais apresentados são para financiamento de recuperação de pastagens degradadas.