Redução da área de plantio e alta do dólar mexem com mercado de algodão

Com exportações mais vantajosas, já falta matéria-prima para a indústria brasileiraA atual safra de algodão teve produção de 600 mil toneladas a menos que a passada. Com a valorização do dólar, as exportações seguem em alta, o que faz com que falte matéria-prima para a indústria brasileira. Para atender o mercado interno, o setor espera crescimento na importação do produto em fibra.

A produção nacional seria suficiente para atender a demanda da indústria, não fossem as exportações. Da safra de 1,25 milhões de toneladas, cerca de 40% já foram negociadas para o exterior. E mesmo utilizando os estoques as fábricas têxteis devem importar cerca de 200 mil toneladas de algodão para atender a demanda, segundo a associação que representa os produtores brasileiros.

O analista de mercado Peter Graham afirma que a busca nos países produtores deve ocorrer, mas de maneira moderada. Ele explica que os exportadores têm a opção de vender o algodão no Brasil se o preço for mais atraente do que o praticado no exterior.

Para a Associação Brasileira da Indústria Textil (ABIT), importar  é uma necessidade imediata, já que as indústrias operam com força entre julho e novembro. Fernando Pimental, diretor superintendente da entidade, diz que o momento é de buscar por políticas de isenções de impostos para aquisição do algodão no mercado externo,  instrumento que tem sido utilizado pelo setor quando há falta de matéria prima no país.

Para a próxima safra, a expectativa é que o setor recupere pelo menos 20% da área, passando de 895 mil hectares para cerca de 1,75 milhões de hectares, situação que deve manter o mercado interno abastecido.

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