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Redução na emissão de gás carbônico resulta em oportunidade no campo

Agricultura é responsável por 13,5% das emissões de CO2 na atmosferaA agricultura é responsável por 13,5% das emissões de gás carbônico (CO2) na atmosfera, segundo dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).  Mas toda a cadeia produtiva pode aproveitar as mudanças e fazer delas uma oportunidade de mercado.

>> Reportagem faz parte de série especial sobre mudanças climáticas

Para o produtor de laranja Benedito Paez, pomar saudável é pomar pulverizado.

– A cada 21 dias realizo a pulverização. Uso inseticida, acaricida e fungicida, toda ela e mais as folhares – conta.

A informação de que a agricultura também é responsável pela emissão de CO2 ainda não chegou para todo mundo.

– Ninguém nunca nos explicou nada disto – afirma o produtor.

Paez não sabe ainda como diminuir a emissão de CO2, a informação não chegou até ele. Mas para o futuro já a curto prazo será uma necessidade. O produtor que largar na frente sai ganhando, e será um bom negócio economicamente.

De olho neste mercado a indústria da laranja iniciou um estudo que deve ser concluído no final de 2012 para saber com exatidão quanto o setor emite de gás carbônico. Importadores da União Européia já estão exigindo um produto com emissões menores.

O presidente da CitrusBR, Christian Lohbauer, chama a atenção para o que considera um jogo de interesse financeiro, disfarçado de preocupação com o meio ambiente.

– Na prática existem interesses comerciais que cruzam no meio do caminho. E o que pode acontecer é que os fornecedores provam que emitem menos então tentam convencer o mercado de que ele merece ser mais consumido. E isto é uma coisa que tem que ser paulatinamente negociada e combatida porque o espírito da preservação não é o espírito comercial e sim de preservação da vida – aponta.

No interior de São Paulo, a pequena cidade de Nova Odessa é o centro das atenções de outra cadeia produtiva. O Instituto de Zootécnica do Estado realiza uma pesquisa que tem como objetivo medir quanto cada bovino emite de gás metano. Segundo o diretor do Instituto, João Demarchi, das emissões de metano registradas no mundo, o rebanho contribui em média com 3%.

– Se nós imaginarmos o tamanho do nosso rebanho próximo de 200 milhões e cada um produz em torno de 56 quilos de metano por dia, eu tenho um impacto numérico importante. Só que este valor transformado nas emissões globais de metano representa em torno de 3%, então o impacto é menor do que se imagina – relata.

Trabalhar para diminuir ainda mais emissão é um desafio que pode unir preocupação ambiental e ganho financeiro.

– Tenho que enxergar que preciso preservar solo, nascentes, florestas. Não tem uma valoração adequada, isso porque quem preserva suas matas não é remunerado. Quem preserva tem a remuneração do seu produto idêntica a de quem degradou. Será que nós vamos ter um valor agregado por este componente? – questiona Demarchi.

O desafio para os próximos anos, segundo o gerente-geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações (Icone), Rodrigo Lima, é adotar boas práticas, entre elas o plantio direto, uso racional de fertilizantes e manejo de pastagens.

– Devemos adotar mais estas práticas agrícolas e transformar em ações que sejam boas para imagem do produto ou do setor. No futuro poderá até ganhar dinheiro com o carbono que se reduziu – afirma.

O Brasil vem fazendo o dever de casa e investindo em ciência e tecnologia. A afirmação é do secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Assad. Segundo ele, a agricultura, além de ser um setor economicamente atingido, tem muito a contribuir para reverter o processo do efeito estufa.

– A nossa proposta é manter o crescimento e chegar em 2020 com as mesmas emissões de 2005. A nossa meta é chegar em 2,2 bilhões de toneladas equivalentes em 2020. Pra isto teremos um esforço muito grande com a redução do desmatamento da Amazônia, do Cerrado e principalmente na implantação do programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono – ressalta.

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