– Não adianta a gente cometer a irresponsabilidade de distribuir muita terra e não permitir que o agricultor encontre na terra uma maneira de sobreviver. No Brasil, há muitos assentamentos que se transformaram quase em favelas rurais – disse Carvalho durante o programa Bom Dia, Ministro.
De acordo com ele, essa consequência acendeu um sinal de alerta para o governo.
– Foi com essa preocupação que a presidenta Dilma fez uma espécie de freio do processo para repensar essa questão da reforma agrária e, a partir daí, tomarmos um cuidado muito especial sobre o tipo de assentamento.
Segundo Carvalho, o Programa Terra Forte, lançado no início da semana pela presidenta em Arapongas (PR), é resultado da reflexão e da decisão política de tornar os assentamentos uma referência positiva. O programa investirá R$ 600 milhões em projetos de agroindústria para assentamentos da reforma agrária.
– Não queremos assentamentos dependentes do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), não queremos assentamentos que sejam apenas uma forma de enganar as pessoas dando a elas uma esperança que depois não se concretiza – explicou.
O ministro disse ainda que o Incra, responsável pela reforma agrária, passa por um processo de reestruturação, assim como os órgãos de assistência técnica rural. O objetivo é que os produtores recebam acompanhamento adequado, e o governo possa fiscalizar efetivamente o andamento da reforma agrária nesse novo molde.