Redução de plantio de tabaco fica fora de acordo em conferência internacional

Decisão é considerada uma vitória pelos produtores. Evento em Seul discutiu medidas para reduzir número de fumantes no mundoOs itens mais polêmicos que seriam discutidos na 5ª edição da Conferência das Partes acabaram removidos do documento final da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco. Com isso, a redução da área plantada ficou fora do acordo entre os 176 países membros.

No encontro, realizado dos dias 12 a 17, em Seul, na Coreia do Sul, foram discutidas medidas para diminuir o número de fumantes no mundo e os riscos da exposição à fumaça do cigarro. Entre as iniciativas, algumas das mais controversas estavam nos artigos 17 e 18. O primeiro trata da promoção de alternativas economicamente viáveis à produção de fumo, e o segundo, da prevenção de danos ambientais e sanitários decorrentes da produção.

Se os artigos fossem incluídos no acordo, produtores teriam de reduzir a área de plantio de fumo e haveria restrições de crédito para os que não diversificassem o cultivo.

Decisão é considerada uma vitória pelos produtores

A retirada desses itens da Convenção Quadro – ao menos por enquanto, porque o tema deve voltar à pauta na próxima conferência, em 2014 – é considerada pela cadeia produtiva do tabaco como uma “vitória”, conquistada pela mobilização.

– Os países se deram conta de que restringir a produção não vai diminuir o número de fumantes, só prejudicar os produtores que dependem da cultura – disse Romeu Schneider, presidente da Câmara Setorial do Tabaco.

O dirigente integrou a comitiva gaúcha que foi à Coreia do Sul, incluindo quatro deputados estaduais e representantes de outras entidades do setor. Há quase duas décadas, o Brasil é o maior exportador e segundo maior produtor de tabaco do mundo. Um programa de diversificação do plantio foi implantado em 2005, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

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