O dólar comercial acelerou os ganhos em relação ao real, subindo ao redor de 1% no nível de R$ 3,77. Isso porque os investidores estão mantendo a cautela e se protegendo diante a percepção de dificuldades para tramitar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência no Congresso, além de influência do exterior, com investidores à espera de avanços nas tratativas
comerciais entre Estados Unidos e China também inferem no valor.
“O mercado está precificando as dificuldades de tramitação da reforma da Previdência. Como o investidor não enxerga com bons olhos a capacidade de articulação política do governo Bolsonaro, o movimento de compra prevalece”, comenta o analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho.
O operador de câmbio da corretora Advanced, Alesssandro Faganello, reforça o teor da proposta de Jair Bolsonaro, como um projeto “mais amplo”, porém, destaca as dificuldades que o projeto deverá ter para ser aprovado. “Se o Congresso desidratar demais, o mercado não reagirá bem”, diz.
Faganello acrescenta que deveremos acompanhar um debate “acalorado” em torno das negociações para conseguir os 308 votos necessários para aprovação da reforma na Câmara dos Deputados. “É bom lembrar que o processo tem várias etapas. E o mercado deve responder a cada etapa, com muita volatilidade”, ressalta.
Faganello reforça ainda que a cautela de investidores com o cenário externo também pesa, à véspera do encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o vice-premiê da China, Liu He. Na próxima semana, termina o prazo estabelecido entre os países que suspende a cobrança de tarifas sobre produtos chineses. “O mercado espera que o prazo seja prorrogado”, diz o operador, após Trump sinalizar que poderia estender a data.
Durante a manhã, a moeda norte-americana operava em alta de 0,88% no mercado à vista, negociada a R$ 3,7620 para venda, depois de renovar máxima a R$ 3,7650 (+0,96%). O contrato futuro para março subia 0,96%, a R$ 3,7630.