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Reforma da Previdência e guerra comercial pesam e dólar atinge R$ 3,77

Isso porque os investidores estão mantendo a cautela diante a percepção de dificuldades para tramitar a Proposta de Emenda Constitucional da reforma da Previdência no Congresso

dólar
Foto: Pixabay

O dólar comercial acelerou os ganhos em relação ao real, subindo ao redor de 1% no nível de R$ 3,77. Isso porque os investidores estão mantendo a cautela e se protegendo diante a percepção de dificuldades para tramitar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência no Congresso, além de influência do exterior, com investidores à espera de avanços nas tratativas
comerciais entre Estados Unidos e China também inferem no valor.

“O mercado está precificando as dificuldades de tramitação da reforma  da Previdência. Como o investidor não enxerga com bons olhos a capacidade de articulação política do governo Bolsonaro, o movimento de compra  prevalece”, comenta o analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho.

O operador de câmbio da corretora Advanced, Alesssandro Faganello, reforça o teor da proposta de Jair Bolsonaro, como um projeto “mais amplo”, porém, destaca as dificuldades que o projeto deverá ter para ser aprovado. “Se o Congresso desidratar demais, o mercado não reagirá bem”, diz.

Faganello acrescenta que deveremos acompanhar um debate “acalorado” em torno  das negociações para conseguir os 308 votos necessários para aprovação da reforma na Câmara dos Deputados. “É bom lembrar que o processo tem várias  etapas. E o mercado deve responder a cada etapa, com muita volatilidade”, ressalta.

Nova call to action

Faganello reforça  ainda que a cautela de investidores com o cenário externo  também pesa, à véspera do encontro entre o presidente dos Estados Unidos,  Donald Trump, e o vice-premiê da China, Liu He. Na próxima semana, termina o prazo estabelecido entre os países que suspende a cobrança de tarifas sobre  produtos chineses. “O mercado espera que o prazo seja prorrogado”, diz o operador, após Trump sinalizar que poderia estender a data.

Durante a manhã, a moeda norte-americana operava em alta de 0,88%  no mercado à vista, negociada a R$ 3,7620 para venda, depois de renovar máxima a R$ 3,7650 (+0,96%). O contrato futuro para março subia 0,96%, a R$ 3,7630.