As reformas econômicas que estavam em análise pelo governo federal precisarão ser mais amplas após a pandemia do novo coronavírus, pois terão que responder à piora no endividamento do Brasil, disse o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta quinta-feira, 21.
“No pós-pandemia teremos nova realidade, diferente, e necessidade de reorganização do Estado brasileiro em outro patamar. Quem pensava em reforma administrativa com a dívida de 70% do PIB [Produto Interno Bruto] terá de pensar em reforma na ordem de 100% do PIB. É outra reforma administrativa. Se pensamos numa reforma tributária, que olhasse apenas bens e serviços, certamente vamos ter que olhar renda e outros impostos que vão precisar ter estrutura melhorada”, afirmou Maia durante uma teleconferência com governadores.
Ele acrescentou que o pós-pandemia também exigirá a aprovação de novos marcos regulatórios, a começar pelo de saneamento, visto como peça essencial para atrair investimentos externos.
No começo do mês, o presidente da Câmara já tinha abordado o assunto. Na época, Maia havia afirmado que com o endividamento público caminhando para ‘90%, 95%’ do Produto Interno Bruto devido às medidas para combater a crise do novo coronavírus, reformas como a administrativa e a tributária teriam de ser discutidas ‘em outro patamar’ no segundo semestre.