O cafeicultor Admar Custódio Ferreira, perdeu quase tudo e estima colher no máximo 70 sacas de 60 quilos. Ele conta que em 2014 produziu 800 sacas nos mesmos 24 hectares de terra. A produtividade foi grande, mas na época de vender o café, o preço despencou de R$ 350 para R$ 126. Sem dinheiro para investir nas lavouras, Ferreira teve que diminuir a adubação nos cafezais. A falta de chuvas no verão também prejudicou as plantações.
No primeiro levantamento de safra realizado em janeiro, a Conab estimou redução de aproximadamente 30% de produção na zona da Mata, com perspectiva de colheita de 2,2 milhões de sacas.
Nas montanhas, a mecanização é difícil e a maior parte do café é colhida na mão. Cerca de 200 mil pessoas trabalham na colheita do café nas matas do Estado. A agricultura familiar responde por 80% das lavouras da região. O diretor do Comitê de Agricultura Familiar da Câmara do Café das Matas de Minas, diz que o custo por saca chega a R$ 370. O preço da saca de café na região para venda varia de acordo com a qualidade, está entre R$ 300 e R$ 400.