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Região de Ribeirão Preto (SP) enfrenta crise do setor sucroenergético

Falta de investimentos na indústria reduziu a produtividade e gerou desemprego na regiãoA região de Ribeirão Preto (SP), considerada uma das mais importantes na produção de açúcar e etanol, vive uma das piores crises dos últimos anos. A falta de investimentos na indústria reduziu a produtividade e gerou desemprego.

A região é uma das mais ricas do Estado de São Paulo. A qualidade do solo e do clima fazem com que esta seja uma das principais regiões agrícolas do país, a maior produtora mundial de açúcar e álcool. As usinas representam uma das principais atividades econômicas.

O álcool combustível, produto feito de cana-de-açúcar como uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis, poderia mudar a economia nacional. Atualmente, o país vive uma crise no setor, sem etanol suficiente para exportar e com carros flex sendo abastecidos com gasolina por ter o custo-benefício menor que o álcool.

– É preciso definir o papel do etanol na matriz brasileira e desvincular o etanol da gasolina. O etanol não é aditivo. É muito mais nobre que a gasolina. Se você coloca etanol na gasolina, melhora a qualidade dela – diz o analista Maurílio Biagi.

Ismael Perina é dono de uma fazenda com 580 hectares em Jaboticabal, na região de Ribeirão Preto. Há alguns anos, o produtor reservou grande parte da propriedade para o cultivo de cana-de-açúcar, o que rendeu ótimo faturamento. Recentemente, a crise no setor da cana fez com que Perina diversificasse para não perder produção. O produtor dividiu o local com outras culturas. Entre elas o amendoim, o milho e a pecuária.

– O ideal seria ter um pouco de diversificação. E isso no histórico da produção é importante porque os mercados se alteram de preço. Talvez você plantando um pouquinho de outra cultura, um grão, pecuária, te ajudaria a dar uma equilibrada na situação – comenta Perina.

Sertãozinho (SP) é outro exemplo da crise sucroalcooleira. O parque industrial da cidade, capaz de produzir usinas inteiras, registra saldo negativo de contratações: quase dois mil postos a menos em apenas um ano. Os números de empregos em outros setores também já começam a desacelerar. O comércio e até a administração pública já dão indícios de perdas em faturamento e arrecadação. A prefeitura prevê uma queda de mais de R$ 6,2 milhões em arrecadação de impostos vinculados à atividade econômica.

– As usinas de açúcar e álcool no Brasil não conseguem movimentar seu capital e ter um resultado positivo que seja satisfatório. Nós estamos presenciando uma agonia lenta de um setor rico e produtivo que é a referência da vida da cidade – comenta Carlos Roberto Liboni, secretário de indústria e comércio de Sertãozinho.

O governo federal anunciou em abril um pacote de benefícios para o setor de açúcar e álcool. A primeira medida foi a elevação do percentual de etanol na gasolina. O governo também fez uma compensação tributária que equivale a zerar o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) do etanol, que hoje representam R$ 0,12 por litro.

– Sem dúvida, são medidas importantes que dão alívio na cadeia produtiva, especialmente o etanol. Quando você baixa imposto e também reduz a taxa de juro, você cria uma condição boa para o investimento para que haja condição pra avançar. Ocorre que são medidas pontuais. Não são medidas estruturais. Nós precisamos de uma política pública de longo prazo, com regras claras e condição de retorno para o investimento – comenta Sério Prado, representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

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