No Brasil que cresce em ritmo “chinês”, predominam economias movidas a agronegócio.
? Santa Rita do Trivelato humilhou a China ? diz o economista Julio Miragaya, do Conselho Federal de Economia, sobre a parcela do Brasil que exibe taxas de crescimento acima dos registrados pela economia chinesa.
Miragaya é coordenador do Mapa da Desigualdade Espacial de Renda, um levantamento feito com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios entre 1999 e 2005, o primeiro e último ano da série histórica pesquisada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Santa Rita ? cujo acesso ainda ocorre por estrada de terra ? registrou mais de 80% de crescimento em média nesse período.
Para atenuar efeitos de variações tão grandes, o mapa deu prioridade à identificação das regiões estaduais mais dinâmicas do país. De um total de 41 regiões que registraram taxas chinesas de crescimento, 36 estão concentradas na fronteira agrícola do país, no cerrado e na Amazônia. Nas demais, o crescimento acelerado decorre sobretudo da extração de petróleo, aponta o estudo.
“O maior dinamismo econômico deslocou-se definitivamente do litoral para o interior do país”, conclui o estudo do Conselho Federal de Economia, que aponta o “crescente destaque” de regiões cuja principal fonte de riqueza é a atividade agropecuária tecnologicamente avançada. “Essas regiões equipararam-se em termos de PIB per capita ao padrão existente nos grandes centros industriais dispersos ao longo da faixa litorânea meridional do país.”
Apesar das fortes desigualdades regionais, a maior parte dos municípios brasileiros concentra-se na faixa de renda até a média nacional (R$ 12.396 por ano, em valores de 2007) e no intervalo de crescimento médio de até 5% ao ano entre 1999 e 2005.