Apesar de ser um dos equipamentos mais importantes nas lavouras, muitas vezes os pulverizadores não recebem a atenção e cuidados adequados antes de entrar no campo. Cada gota que sai desta máquina é fundamental para o bom desenvolvimento da lavoura, além de custar caro. Uma regulagem adequada pode trazer uma economia de até 30% em gastos com agroquímicos garante o gerente técnico da Basf, Gabriel Zeni.
Segundo estudos da Basf, em parceria do Instituto Dashen, a partir do momento que a soja fecha as entrelinhas apenas 16% do produto aplicado chega à parte inferior da planta. “Com isso o produtor precisa aplicar mais produto e os custos ficam bem mais elevados”, afirma Zeni. “Para o defensivo alcançar o seu potencial máximo, a máquina também precisa estar ajustada.”
Segundo Adriano Sontag, promotor técnico de pulverizadores da Massey Ferguson, os pulverizadores são os equipamentos que mais trabalham dentro da propriedades em uma temporada. Eles são usados em até 10 meses por ano, com uma média de até 800 horas semanais. Só mesmo os tratores para superarem esta marca, com 1000 horas trabalhadas.
Com um fluxo de trabalho tão intenso, Sontag ressalta a importância de se fazer a revisão pré-safra e a manutenção diária do equipamento, garantindo assim maior eficácia no uso e menos gastos com paradas inesperadas durante o processo de aplicação.
“É muito importante ter os pulverizadores regulados e limpos para o trabalho, levando em consideração que os defensivos e fertilizantes são um dos principais itens da lavoura”, ressalta o promotor técnico.
Para ajudar o produtor trouxemos algumas dicas importantes e um checklist dos itens a serem verificados antes de iniciar os trabalhos no campo.
Segundo os especialista os produtores brasileiros não tem o hábito de fazer uma revisão completa pré-safra, apesar de ser a mais importante do processo.
“Alertamos para esta revisão pré-safra, porque ela é a principal. Além disso, deve ser realizada por uma mão de obra qualificada e não por um operador que muitas vezes não tem a qualificação adequada”, conta Sontag.
Na lista acima, o especialista ressalta a importância de se verificar o tamanho e uniformidade das gotas, item quase sempre esquecido e que gera muita diferença na aplicação dos produtos.
“Além disso, o produtor precisa ajustar corretamente a pressão nas bombas,através do manômetro, para evitar o efeito deriva”, ressalta ele. “Se não souber a pressão ideal, basta perguntar ao técnico agrícola, lembrando que a pressão ideal deve ficar entre 1 a 6 bar (unidade de pressão).”
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Junto com este aparelho que mede a pressão, existe um outro sistema muito importante, o fluxometro, que tem a responsabilidade de informar a quantidade de produto que vai até a barra de pulverização, ou seja, quantos litros por hectares estão caindo no campo.
“Neste caso, a verificação e calibração é no começo da safra e depois pontualmente, se desconfiar que a coisa não está boa”, diz Sontag.
Por fim ele também destaca um outro item simples a ser verificado, mas que muitas vezes cai no esquecimento, a pressão dos pneus.
“Parece até engraçado, que todos os especialistas sempre ressaltem verificar a pressão dos pneus, mas é recorrente ver maquinas rodando com este item descalibrado. Isso interfere diretamente em todo o funcionamento do pulverizador”, relembra.
Apesar de todos estes itens verificados no inicio da safra, muitos deles devem ser observados de perto durante a temporada. Afinal, são dez meses usando este maquinário e muitas peças e funcionamentos são afetados pelo uso. Veja abaixo um checklist dos itens a serem verificados durante os trabalhos no campo.
Entre os itens a serem vistoriados com certa frequência e atenção, estão os bicos ou pontas. Sontag ressalta, no entanto, que um detalhe deve ser observado, o produto que está sendo aplicado.
“Cada produto necessita uma ponta diferente, pois o padrão da gota muda conforme o produto”, conta ele.
Uma das revisões que devem ser realizadas diariamente são os pontos de lubrificação das máquinas, ou graxeiras, como são conhecidas. Neste caso o produtor deve verificar no manual do usuário os pontos diários, desgastes, conjuntos barras e itens móveis a serem observados.
“Os pulverizadores possuem pontos de lubrificação que necessitam uma revisão da diária. Muitos produtores fazem isso em 15 dias, o que é perigoso”, garante.
Por fim, o especialista da Massey Ferguson destaca que antes de parar o pulverizador, no final de cada dia, o produtor deve aplicar toda a calda existente nos tanques e tubulações e limpar com água limpa os mesmos locais.
“Hoje, boa parte dos produtos químicos do mercado têm uma densidade maior que a água. Quando o produto é deixado no tanque até o dia seguinte, ele decanta no fundo do reservatório e cristaliza. Quando a máquina for usada novamente, aquele resíduo vai se soltando e entupindo as partes do pulverizador”, relembra Sontag.