Nesse fim de semana, a reunião de ministros de Finanças do G-7, no Canadá, manteve o suspense sobre a capacidade dos governos de criar um plano de resgate das economias altamente endividadas da Europa.
Por mais que essas dívidas estejam corroendo a confiança dos mercados, os governos europeus deixaram claro que não vão retirar ainda os incentivos à atividade econômica. O fim do apoio poderia jogar a economia mundial de volta à recessão. O problema é que esses mesmos governos enfrentam um grande dilema: precisam continuar gastando para evitar a recessão, mas estão com as contas em um estado crítico.
Na semana passada, o temor de calote na dívida da Grécia, de Portugal e da Espanha abalou as bolsas mundiais e o euro sofreu sua maior desvalorização em nove meses. O problema é ainda mais grave porque na crise os países (ricos) do G-7 (EUA, Japão, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Canadá), acumularam, juntos, uma dívida de US$ 30 trilhões, mais da metade do PIB mundial.
Ministros europeus usaram o G-7 para tentar passar o recado de que a situação está sob controle.
? Estamos confiantes de que governo grego tomará todas as decisões que permitam que a meta (de redução do déficit) seja atingida ? afirmou Jean Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu.
O temor dos mercados é que, apesar dos planos de redução de gastos, os gregos e outros países não tenham como financiar sua dívida. A Grécia voltou a prometer que seu plano de cortes de gastos será cumprido. A tônica dos europeus é que o FMI não é necessário e sua ingerência não é bem-vinda.
? Dissemos a nossos parceiros que temos de resolver o problema sozinhos ? disse Jean Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, de 16 países que usam a moeda comum.
O G-7 optou por tomar distância. Jim Flaherty, ministro canadense, foi claro.
? Esse é um assunto que não deve ser administrado pelo G-7, mas pela UE.
Analistas do Banco UBS haviam indicado que um pacote do FMI seria a solução.
Mas Timothy Geithner, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, confirmou que a UE prometeu administrar a situação “com cuidado”. Isso provocou a expectativa de que um plano esteja sendo preparado em Bruxelas.