O produtor aproveitou o bom momento de preços e antecipou compras nos primeiros seis meses do ano. Em junho, uma tonelada do principal composto utilizado pelos produtores valia o equivalente a 21,7 sacas de soja. Em junho de 2010, valia 24 sacas. No milho, a relação caiu de 55,2 para 34,7 sacas. Em agosto, situação diferente. Na comparação com o mesmo mês em 2010, a relação de troca para o milho manteve a melhora, passando de 53,6 para 43,6 sacas por uma tonelada do composto. Na soja, movimento contrário. O produto valia o equivalente a 20,9 sacas em agosto de 2010 e, no mês passado, 21,4.
? Nesse ano, produtores que fizeram aquisição de fertilizantes nesse primeiro semestre, fizeram com um dólar mais baixo. O produtor, nesta safra, conseguiu comprar seus insumos com um dólar mais fraco e vai vender a produção com preços mais atrativos. Isso, em comparação com o ano passado, fez com que a relação de troca ficasse muito mais positiva ao produtor ? ressalta a gerente de agroenergia da Informa Economics FNP, Jacqueline Bierhals.
Uma relação positiva que refletiu nos resultados da indústria.
? O produtor está investindo mais na sua área. Então, ele vai aumentar a área plantada e pretende ter um aumento de produtividade com a melhora dos pacotes tecnológicos ? afirma.
? Ele está capitalizado e prevê que vai fazer dinheiro, então ele está demandando fertilizantes para ficar em uma situação confortável para esse plantio. O agricultor tem que estar prevenido, botar esse produto em casa agora porque, se deixar para o último momento, não estou dizendo que falte, mas pode dar uma correria, atrasar e na hora que chove é o momento ideal de plantar ? diz o diretor executivo da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil, Carlos Florence.
Como o Brasil é bastante dependente do mercado externo, a maior demanda influenciou as importações. O diretor da Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil lembra que os projetos para aumentar a produção nacional devem ganhar força a partir de 2015 ou 2016. Mas isso não deve significar o fim da dependência do produto importado.
? Mesmo havendo aumento na produção nacional, o Brasil ainda continuará dependente. Em uns produtos mais, outros menos. A tendência é essa. Aumenta a produção, mas com o aumento da demanda, vai continuar dependendo do mercado internacional ? afirma.